segunda-feira, dezembro 10, 2007

20 anos

# Estou fazendo 20 anos.

# E tenho prova amanhã.

# Quando der, escrevo algo sobre a sensação.

terça-feira, novembro 13, 2007

DEZ ANOS DE EDUARDO!!!!

# Cuméquié? Eu só tinha postado UM continho com o Eduardo?!
# Pois vou tirar o atraso! Ainda mais esse ano, que ele completa dez aninhos de existência! \o/
# Aqui vão dois continhos rapidinhos desse coiso! ^^ Vou preparar um texto com o histórico dele ao longo desses dez anos pra postar aqui. Meu primogênito merece. =3
# Adoooro o nome Eduardo. =3 Mas só eu (e talvez mais algumas pessoas) realmente sei de onde tirei o nome e a inspiração pra esse peste. ^^

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Espírito natalino


Era véspera de Natal. D. Iolanda foi visitar sua amiga, Cecília, e seus netinhos. Debaixo do pinheirinho todo decorado, Eduardo estava deitado de bruços. Ora olhava para a árvore, com um ar sonhador - quase romântico - ora escrevia algo num papel pautado.

Enternecida, ela ajoelhou-se ao lado dele.

_Escrevendo para o Papai Noel, querido?

_Eu? Estou passando a limpo um algoritmo que, aplicado aos atuais programas de cálculos avançados, pode reduzir em 15,7% o tempo de resolução de uma equação linear de grau igual ou maior que nove. Tive a idéia vendo as ramificações das folhas desse pinheiro artificial.

D. Iolanda arregalou os olhos. O garotinho balançou a cabeça e comentou, com indulgência:

_Papai Noel... Esses adultos acreditam em cada coisa!


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Ensinando uma lição


O professor estava cansado de ser esculachado por aquele pirralhinho em sala de aula. Tinha certeza de que ele levava anotadas aquelas curiosidades só para se passar por esperto. Queria dar uma lição nele de qualquer jeito.

A oportunidade logo surgiu. Viu Eduardo andando meio atarantado pelo corredor e parou-o.

_Que bom que encontrei você, Eduardo. Quero fazer algumas perguntinhas.

O menino olhou-o, surpreso, mas não disse nada.

_Primeira: qual a raiz quadrada de 15642234?

Olhos arregalados.

_Segunda: quero que me cite fielmente as cem primeiras da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Os olhos começaram a se encher d’água.

_Terceira: quero que me explique a refutação que alguns físicos apresentam para o paradoxo dos gêmeos, de Einstein.

Em um dos olhos, a lágrima escorreu de vez.

O que foi? Você não é o senhor sabe-tudo? O que tem a me dizer?

_DANIEEEEEEEEEEL!!!!!!!!!!!!!

O grito veio do fim do corredor. Uma cópia exata do garoto que o professor interrogava vinha andando, olhos entreabertos e braços estendidos.

_Devolva meus óculos, sua peste! Eu já disse que minha miopia é forte!

O garoto de óculos arrancou-os e saiu correndo com uma risadinha, piscando muito. O professor continuou estático.

Gêmeos!

Enganado pelo truque mais infame da literatura!

O professor desanimou. É duro quando até o autor está contra a gente.

domingo, novembro 11, 2007

Como não postei antes?!

# Gentem! Estou completamente viciada em fazer avatares no TekTek.org, um site que dá a opção de você fazê-los para um jogo de RPG, creio que se chama "Gaia on-line" ou algo assim.

# Não sei como não postei antes no Corujando os que já fiz. Vocês irão ver vários conhecidos nessas coletâneas abaixo... O da Strix está antes,
nesse post.

# Clique neles para ampliar e ver melhor. =3

# Essa foi a primeira leva, fiz de uma tacada só. Lembram-se do Alê e da Rosa? E da Cristina e do Diego, lá do
Conservatório? Não me digam que nunca viram o Eduardo e o Daniel! Ou a Lídia, o Ítalo e o Victor, os heróis da Trilogia Harvey! =3 Já a Aurora e o Lequinho, eu perdôo. Ela só apareceu uma vezinha no Adorável Noite (e faz tempo!) e ele... Ele é o centro de uma fofoca maldosa sobre uma possível traição do D pela Strix, com o MacGyver!



# A Ana e o "neblina" (sem nome ainda, é mole? :PPP), a Ashley e o Brian (ele ainda aparece ^^), e o Robin e a Kasami, lembram?


# E, por último, mas não menos importante, o Derek e a Serena (nem dá pra pôr links pra eles, pelo amor de Deus!), o Ozzy (ainda tem outra dele vindo por aí!), o Auguste e o Charlie (a.k.a. Lord Grayville, visitem O Conservatório aqui) e o Cris, meu primeiríssimo e adorado detetive de olhos verdes. =3 É, tenho MESMO uma tara por ruivos. :P


# Uou! Nunca falei com tantos links, antes! \o/ Tou pegando a mania do JMC... :P

quinta-feira, novembro 08, 2007

Um pouco de melancolia

# Oiês!

# Saí totalmente da minha esfera de criação para fazer um FC (ficção científica). Esse é um fragmento do primeiro capítulo de algo que está rotulado como DNA, provisoriamente. Apresento-lhes Ashley. ^^

# Qualquer hora, ela volta. :D






Sob a bruma vermelha




Esse é o nosso mundo... O que é demais nunca é o bastante...
Teatro dos vampiros – Legião Urbana



“Atrasada para o trabalho. De novo.

É impossível acordar no horário quando faço jornada dupla.
O movimento nas ruas já é grande. Gente apressada que nunca olha para trás ou para os lados. Às vezes, tenho-lhes piedade. Às vezes, os odeio. Na maior parte das vezes, nem os vejo. Hoje, por exemplo.
Não devia ter assistido àquela série de filmes do século passado. Torna-se difícil aceitar essa noite vermelha e opaca, essa Lua laranja de brilho leitoso. Bom Deus! Fez-me mal ver antigos estudiosos falando sobre um “aquecimento global” com rostos sérios e preocupados. Quanta ingenuidade! Será que não foram mesmo capazes de prever que ele era apenas o início de algo bem mais terrível, o resfriamento global? Antigamente, os gases estufa não deixavam o calor sair. Foi só uma questão de tempo até se formar essa maldita bruma, que não o deixa sequer entrar. Seremos extintos como os dinossauros. Não. Mais estupidamente que os dinossauros, já que a bruma vermelha é obra nossa, e só nossa.
Droga de semáforo. Não importa o quão informatizados eles sejam, sempre se abrem momentos antes de você ser capaz de atravessar.

Os carros hoje são bem diferentes dos carros que vi nos filmes, mas são igualmente barulhentos e desagradáveis. Odeio sua pressa. Odeio o rosto tenso e carregado dos motoristas. E odeio os jatos quentes de vapor que soltam em mim, enquanto o filho-sem-mãe do sinal não fecha.

Vermelho para veículos. Finalmente.

Como posso amar o vermelho do semáforo e odiar o vermelho do céu?
Quero o céu azul de nossos ancestrais! Quero as estrelas que eles podiam ver a olho nu! Quero andar nas ruas sem respirador! Quero me deitar numa praia de areia branca, sob um céu muito azul e sentir o calor do Sol na pele! Já há três gerações a Humanidade é prioritariamente noturna, já que a bruma vermelha não só barra a entrada de calor na Terra, como deixa as radiações nocivas passarem mais livremente.

Há quem diga que o manto amaldiçoado da atmosfera não é o único motivo para nossa progressiva mudança de hábito. Falam que uma mestiçagem maciça que vem ocorrendo no último século entre a raça humana ordinária e uma outra, minoritária e supersensível ao Sol, acelerou esse processo. Não sei que raça pode ser essa, mas não ouso dizer “absurdo”. Minha vida faz com que eu pouco me dê ao luxo de usar essa palavra.

...

Ah! Finalmente um ambiente aquecido e umidificado! Posso retirar os óculos protetores, o respirador, o chapéu e o sobretudo. Antes de pegar o elevador para o escritório, é melhor eu me ajeitar, no banheiro. Acho que vou cantar de cabelo verde-brilhante hoje. Espero ter trazido o pente certo.

Está cada vez mais difícil fazer a maquiagem esconder as olheiras, e mais difícil ainda manter nos lábios aquele sorriso jovial, sugerindo levemente certas promessas, que faz os adolescentes preferirem um show ao vivo a uma diversão caseira. Não faz tanto tempo que abandonei essa fase, mas me sinto tão mais velha que eles!

Tudo pronto. Vou desligar antes de subir. Não preciso daquela turba de gozadores me enchendo porque estou gravando um diário.

Essa criatura reclamona sai de cena e dá lugar à famosa e desejável Ley-Ley. Vidinha miserável!”



Ashley desligou o gravador e descolou do queixo o adesivo com o minúsculo microfone, guardando-o cuidadosamente em seu suporte. Enfiou tudo de volta na bolsa e entrou no elevador. Era hora de ganhar a noite... Não que cantar profissionalmente fosse rentável, mas ela precisava de um trabalho que mascarasse sua verdadeira fonte de renda. Esse servia.

Vigésimo terceiro. Vigésimo quarto. Vigésimo quinto.

A moça respirou bem fundo para aproveitar seu último momento de paz e individualidade da noite. Pousou a mão na maçaneta do malfadado 2513.

“Coragem, Ashley. É preciso coragem!”

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# Zóiem ela, feita no TekTek.org:




Na cabeça, temos o Volt, que vai aparecer qualquer hora dessas.









Esse é mais ou menos o traje que o povo usa para sair na rua. O único detalhe errado é que o cabelo fica enrolado sob o chapéu.

sábado, outubro 27, 2007

É o amoor...

# Fala sério, a Strix e o D são MUITO fofos. =3 Estão entre meus casais favoritos. \o/

# Fiz uma pequena homenagem a eles. Que tal? ^^

domingo, outubro 14, 2007

A volta triunfal de Rita! \o/

# Fazia tempo que eu não publicava coisas de outros autores, né? Mas voltei ao batente e aqui está um excelente texto da Rita, que gostei muito. Aproveitem. \o/

# Ah, sim: entrem na comunidade da Rita no orkut! E conheçam mais dela e de seus textos. \o/

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=37675403



Projeto Asfridi e Safridi
Versão I:
Coração, Dentes e Estacas

Por Rita Maria Felix da Silva


(Asfridi) — Hum, Safridi... Volta pra cama... Parece tão preocupado...
(Safridi) — Asfridi, você é uma tonta... E não era para que eu está incomodado?
(Asfridi) — Por que fizemos amor? Não é a primeira vez... Pensei que gostasse...
(Safridi) — Gostar? Sua besta, você é a coisa mais linda que já vi. Eu te amo. Esse é o problema. Estamos apaixonados!
(Asfridi) — Ah, pára de andar de um lado para outro do quarto... Me deixa nervosa... O que tem demais em nos amarmos?
(Safridi) — Olha... Lembra qual é a minha profissão?
(Asfridi) — Você é um... Deixa ver... “Caçador”? ...rsrsrs... Que termo machista!
(Safridi) — Isso aí: caçador de vampiros! E você é uma vampira!
(Asfridi) — Ih, que palavra mais preconceituosa. Meu povo não gosta de ser chamado assim.
(Safridi) — Já aconteceu antes? Quer dizer, pessoas de nossos dois povos já se apaixonaram?
(Asfridi) — Burrinho, “caçadores de v...” não são “um povo”, é só uma racinha miserável!
(Safridi) — Olha o insulto! Eu me referia a seres humanos e v... Seu povo.
(Asfridi) — Eu sei, bobinho. É que você fica tão lindo contrariado... E, respondendo: sim, umas poucas vezes já aconteceu.
(Safridi) — Não percebe? É errado! É quase como... Um sacrilégio!
(Asfridi) — Ai, você é complicado! Nem sei como consegue fazer amor com a cabeça cheia de tanta besteira. O que há de tão errado em ser feliz?
(Safridi) — Não é isso. Gostaria de poder dizer que você usou em mim aquele “poder de hipnose” ou coisa parecida.
(Asfridi) — Tolinho. Sabe que não uso esse dom em minhas presas... Acho desonroso, uma covardia. A vítima fica sem defesa nenhuma...
(Safridi) — Presa? Vítima? É isso que sou para você?
(Asfridi) — Ei, estressado, é brincadeira. Só para ver sua reação. Se tivéssemos religião, eu ia dizer agora: “Deuses! Me apaixonei pelo cara mais paranóico do mundo”.
(Safridi) — Não tem graça! Nunca fala sério?
(Asfridi) — Na maior parte do tempo, não. Afinal, depois dos duzentos anos, ser muito séria faz a imortalidade ficar insuportavelmente tediosa.
(Safridi) — Imagino.
(Asfridi) — Hummmm... Olha, todo esse “exercício” me deu fome. Quer comer algo?
(Safridi) — Se me oferecer sangue, juro que...
(Asfridi) — rsrsrsrs... Essa cara que você fez agora... rsrsrs... Foi a coisa mais engraçada que já vi... Em, sei lá, uns cinqüenta anos. Olha, tenho um cesto com maçãs aqui. Quer uma?
(Safridi) — Não, obrigado. Maçãs?
(Asfridi) — Sim. Não achou que nós bebemos sangue o tempo todo, não é?
(Safridi) — Eu pensava que...
(Asfridi) — Que espécie ignorante é a humana. Nós é que devíamos governar o mundo.
(Safridi) — Não fala uma tolice dessas!
(Asfridi) — Calma, meu medrosinho! Não sou favorável a guerra contra vocês, embora tenho uns parentes que são doidos para conquistar este planeta... Hum... Se a gente governasse a Terra, eu te amarrava na minha cama e te convertia para você me satisfazer pela... Como é que vocês chamam? Ah, pela eternidade.
(Safridi) - Ainda prefiro ser humano. Bem, tem uma coisa que preciso dizer...
(Asfridi) — Além de que me ama? Rsrsrsrs
(Safridi) — Claro que te amo, não consigo evitar isso. Olha... Faz quanto tempo que você se alimentou... Quero dizer, de sangue?
(Asfridi) — Precisamente seis dias, quinze horas, vinte e dois minutos e alguns segundos. Acontece que sou bem regrada. Passo facilmente um mês sem precisar “morder” de novo...
(Safridi) — Mas, vai acontecer novamente, não é?
(Asfridi) — Claro, meu complicadíssimo amado. Afinal, meu povo não poderia negar a característica que lhe dá o maior charme, não é mesmo?
(Safridi) — Esse seu humor sombrio me incomoda... Olha, não posso deixar que você assassine novamente... Eu... Teria que te deter...
(Asfridi) — É? Veja esses seios, que tanto te excitam, os mesmos que você chamou de perfeitos, que cobriu de beijos e poemas esta noite... Teria coragem de enfiar uma estaca neles?
(Safridi) — Te amo mais do que pensei que poderia amar, mas não posso deixar que novamente mate um ser humano... Se tentar, eu...
(Asfridi) — Para que me detivesse, só matando mesmo. Acredite: nunca me viu com fome de sangue... E.. Eu faria o que fosse necessário para me defender...
(Safridi) — Você está chorando...
(Asfridi) — Às vezes, acontece até comigo...
(Safridi) — Não chora. Deixa eu te abraçar. Juro que não quero te fazer mal... Mas... Tá vendo só a maluquice de tudo isso: como a gente pode ficar junto se não dá para evitar o que somos?
(Asfridi) — “A lua ainda no topo do céu, a noite, gentil, se espalhando até os recantos, as estrelas olhando invejosas para nós... Oh, O cruel sol ainda demora a voltar... Venha deitar comigo, façamos amor novamente, esqueçamos o futuro e tornemos este tempo o melhor que já tivemos”.
(Safridi) — É bonito... O que é isso?
(Asfridi) — Um poema, de alguém de minha espécie.
(Safridi) — Seu povo faz poemas?
(Asfridi) — Oh, sim, e alguns são belíssimos. Sei um monte deles. Posso te mostrar.
(Safridi) — Eu quero escutá-los, sim. Mas antes, aceito o convite da poesia: quero fazer amor com você novamente.
(Asfridi) — rsrsrs... E quanto ao futuro?
(Safridi) — O futuro... ? Bem, te respondo isso quando ele chegar. Ah, já disse que te amo?


FIM

quarta-feira, outubro 10, 2007

A volta dos que não foram - Strix e Serena de novo!

# Essa duplinha é imbatível! \o/ Quando vocês pensam que elas se foram, eis que voltam para assombrar esse blog! :D

# O texto é pra homenagear o avatar ali embaixo. xD

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Experimentos

_Aaaah, não, Strix, eu não bebo isso nem a pau! Quando se trata de suas fórmulas, o que não mata, engorda, aleija ou pior: dá diarréia!

_Mas é só uma bebida sabor morango... Tudo o que eu não sei é se está mesmo com gosto de morango. Você sabe que faz anos desde a última vez que eu comi alguma coisa!

Serena lançou um olhar de soslaio de Strix para o copo, seguidamente. A loirinha logo entendeu.

_O quê, você quer que eu tome primeiro? _Serena assentiu. _Tem certeza? Ninguém vai ganhar nada com isso...

_É só uma bebida sabor morango... _Serena imitou, em falsete.

_Certo...

Strix suspirou e tomou um grande gole. Passaram-se vários minutos e nada aconteceu.

_Viu só? É seguro. Eu estou melhorando.

Sem escapatória, Serena também tomou um gole. Antes que acabasse de engolir, Strix juntou as pontas dos indicadores e disse, olhando para o chão:

_Eu já comentei com você que vampiros não têm funções fisiológicas, não comentei? Claro que comentei, que cabeça a minha...

Serena chegou a engasgar, mas era tarde. Uma náusea súbita impediu-a de falar o palavrão cabeludo que estava na ponta de sua língua.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Ei, olhem só!

# Mais uma avatar dessa loirinha doida. Que tal? :D


Eduardinho - mais uma!!

# Depois de "Crime em Serra Verde", onde é um coadjuvante (se não postei aqui, postei no Recanto das Letras, fucem lá :D), o Eduardo está de volta. Adoro escrever sobre a infância dele, apesar de gostar mais dele adolescente. Aqui vai uma dele e do Dani, esses gêmeos fofuchos. ^^


Questão de honra


_Pronto. Agora, a gente faz um furinho no dedo e encosta, pra misturar os sangues.

_Pra quê?! Dani, nós somos gêmeos. Nosso sangue é rigorosamente igual!

_Mas foi assim que eles fizeram no filme...

_Filme! Filme! Não me venha com filmes! Aliás, nem sei porque estou assinando um pacto de proteção mútua com você! Esse é o tipo de coisa que irmãos fazem um pelo outro simplesmente por serem irmãos!

_Você tá é com medo de furar o dedo...

_Interprete como quiser.


***

_Eduardo, você tem que me ajudar! _Daniel pediu, num sussurro de agonia. _Ele vai acabar comigo, é sério!

_Deixa de ser estúpido, Daniel! _Eduardo retrucou, friamente. _Você dá atenção demais pra esse sujeito. Finja que não ouviu quando ele falar com você. E não sinta medo, bobalhões como ele podem farejar o medo. É tudo!

_Mas você prometeu que ia me proteger sempre, lembra?

_E é o que estou fazendo _o garoto tornou, ainda mais glacial. _Estou protegendo você da sua própria covardia. Você não pode correr pra debaixo das minhas asas sempre que alguma coisa o ameaçar.

Daniel se encolheu, amuado. Eduardo sabia ser cruel, quando queria.

Ambos eram bem novinhos naquela época e ainda eram muito parecidos. Gêmeos idênticos, anos mais tarde, ficariam tão diferentes a ponto de se tornarem inconfundíveis. Com oito anos de idade, porém, apenas os óculos diferenciavam Eduardo de Daniel.

Isso, claro, quanto à aparência. A personalidade dos dois não podia ser mais diferente e Eduardo tinha um QI uns duzentos pontos maior que o do irmão. Isso para jogar a diferença para baixo. Ele dificilmente sorria e era uma criança bastante rabugenta. Já Daniel era um garoto normal. Gostava de esportes mais seriamente que os meninos da idade, talvez, mas só.

Era por isso que, naquele instante, invejava o irmão. Um garoto maior e mais velho havia implicado com Daniel e havia jurado dar uma surra nele no fim da aula. O menino não sabia o que fazer. Ele nem cogitava ignorar o valentão e os insultos dele – era homem! – mas sabia que não tinha chances de uma luta mano a mano. Se, ao menos, ele conseguisse ser respeitado como Eduardo era... Ninguém se metia a engraçadinho com o jovem gênio, pois sabia que seria vítima da ironia destruidora dele.

_Eu queria saber dar aquelas tiradas dele na hora em que a pessoa me xinga e não depois, quando ela já foi embora _Daniel resmungava. _Pro Eduardo é muito fácil falar... Ele podia acabar com o carinha se quisesse, mas fica só falando “Dani, você precisa ser corajoso”, “Dani, você tem que fingir que não está ouvindo”. Hunf!

_E aí, como foi? _perguntou Carina, se aproximando. _O que ele falou?

_O de sempre. Admita, Cacá, o Gustavo vai me matar no fim da aula.

_Esse Eduardo é impossível! Não acredito que ele vai te deixar na mão! Ainda mais depois que vocês fizeram aquele negócio de “pacto de sangue” ou sei lá o quê.

_Ele acha que eu tenho que aprender a enfrentar o Gustavo _disse Daniel, lúgubre. _Vai ser um massacre.

Como lembrete sádico, Gustavo, um menino grande e abrutalhado que, aos 11 anos, fazia pela terceira vez a segunda série, passou pelos dois e disse para Daniel, em tom jocoso:

_Estou louco pra chegar a saída. Vou quebrar a cara, seu garoto estúpido!

Eduardo estava chegando e Daniel desejou ardentemente que ele dissesse algo, mas o menino apenas apertou os olhos e deu as costas.

_Droga...



Na hora da saída, Daniel esperou seu irmão. Tinha esperanças de que Gustavo não fizesse nada se ele e Eduardo estivessem juntos. Para seu desespero, no entanto, Eduardo pediu licença ao professor e saiu um pouco mais cedo para ir pegar algo no laboratório de Ciências.

A segunda esperança de Daniel foi sair sem ser notado, mas ela foi frustrada assim que o menino pôs os pés para fora da sala de aula. Gustavo estava bem ali, esperando por ele. Não adiantava. Daniel jamais conseguiria seguir os conselhos de Eduardo. Ele simplesmente não conseguia deixar de demonstrar seu medo, e foi só o valentão dar um passo em sua direção para o garoto sair correndo.

Ele não tinha nenhum objetivo consciente, mas seu inconsciente levou-o para o laboratório de Ciências. O dito-cujo ficava no fim de um corredor silencioso e escuro. Quando alcançou a porta (fechada, por sinal), Gustavo riu e zombou:

_Você é mesmo muito estúpido! Correr para um lugar onde ninguém vai poder ver ou ouvir a gente! Vou me divertir muito...

Daniel encostou-se na parede e começou a tremer e a suar por antecipação da surra. Nenhum dos dois viu a porta do laboratório se abrir de mansinho e ambos levaram um susto quando uma voz perigosamente suave saiu da escuridão do corredor.

_Pode parar de fingir, Dani. Já o temos onde queríamos.

Perplexos, os dois viram que Eduardo estava parado em um ponto do corredor onde a luz do laboratório iluminava o corpo dele, mas não o rosto, em que apenas se destacava o brilho dos óculos. Era mestre em conseguir aquele efeito. Ele segurava um béquer com um líquido malcheiroso e passava o dedo distraidamente pelas bordas do vidro.

_Aqui, ninguém vai nos ver ou ouvir _continuou. _Segure-o, Daniel.

A ordem fora tão peremptória que Daniel não se sentiu tentado a protestar. Atirou-se contra Gustavo e o segurou, como se o adversário não fosse quase duas vezes maior. Aliás, esse tinha perdido o rumo. Algo no brilho redondo daquelas duas lentes e no tom de voz do CDF-mor da escola o havia assustado.

_Está bem seguro, maninho? Espero que sim. Ele será a cobaia perfeita! Que bom que você cumpriu nosso trato e se fez de bobinho até atrair esse tolo para cá. Agora, vejamos... Preciso pingar ácido em uma das mãos dele e meu composto na outra para comparar o poder de corrosão dos dois. Qual pingo primeiro? Melhor esse ácido que já está comigo, não acha, Dani?

_S-Se você diz... _o menino arriscou.

Gustavo, no entanto, já ouvira o suficiente. Não era lá um dos melhores alunos, mas a palavra “ácido” sempre mete medo em qualquer um. Num esforço desesperado, ele se livrou das mãos de Daniel e saiu correndo.

Eduardo ficou um tempo parado, passando o dedo na borda do béquer. Seu único comentário foi:

_Eu falei, um idiota completo...

_Você ia jogar ácido nele de verdade, maninho?

_Tem que ter uma paciência... Claro que não! Você acha que os professores deixam a gente pegar ácidos fortes a torto e a direito? Isso no béquer é ácido sim, mas é ácido acético. Vinagre.

Ele entrou no laboratório e voltou em seguida, com a mochila.

_Vamos, já passou da hora de chegarmos em casa.

Daniel ficou calado por um tempo. Por fim, disse, inseguro:

_Obrigado por me salvar.

_Salvar você? Não seja ridículo. Ainda acho que você tem que aprender a se defender sozinho. Isso agora foi só uma questão de honra. Só eu posso chamar você de estúpido, seu estúpido.

Eduardo estava ligeiramente vermelho quando acabou de falar. Acelerou o passo, sem se importar em deixar o irmão para trás.

Daniel sorriu. Era uma das poucas pessoas que sabia o grande coração que havia por trás daquela rabugice toda.

...

Mas bem que não faria mal nenhum se Eduardo melhorasse um pouquiiinho o gênio. Só um pouquinho...

sábado, setembro 29, 2007

Avatares - Um monte deles!

# É, eu viciei em fazer avatares no Yahoo!. Fiz para vários personagens, não que eles sejam os mais importantes, mas foram os que consegui até agora.

# É bom que aproveito pra mostrar o avatar e apresentar o dono! \o/



# Eduardo - Esse nerd rabugento ficou bem parecido. Pena que não tinha a opção "sardas". Adoro esse garoto. Basta que eu diga que as três principais atividades dele são: fazer trabalho social, defender seu ponto de vista de maneira quase agressiva e ficar nos bastidores de determinados acontecimentos através de sua rede on-line de contatos. \o/ Não o fiz com 300 de QI à toa! >:)

# Strix - dispensa apresentações. O avatar ficou razoável. Mais uma vez, cadê as "sardas"?!

# Derek - Não está dos melhores, mas a Strix não ficaria sem seu irmãozinho querido, né? Nosso aspirante a engenheiro também já foi rapidamente apresentado por aqui.

# Diego - Tá. Não ficou tããão parecido. A gravata do uniforme do Conservatório é cinza e, apesar de ele saber tocar violino, não é seu instrumento favorito. Mais detalhes sobre ele, no blog d'O Conservatório, ali do lado, nos links.
# Cristina - Ficou bem mais parecido com ela, só o cabelo da Cris que é ondulado. Você encontra sobre ela no blog d'O Conservatório também.

# Helena - Foi a que ficou mais parecida. É a filha de Auguste Lavert (falo sobre M. Lavert no blog d'O Conservatório), um dos meus queridinhos. Ela é uma personagem feminina que acho muito interessante. Tem tudo, menos o que realmente quer... Como disse alguém (me esqueci quem): "Todo mundo quer ser como Helena. Helena só quer ser como todo mundo." Ela tem um irmão, o Augusto, mas o avatar dele ficou uma porqueira.

# Alexandre Van Allen jovem - Pela terceira vez: CADÊ AS SARDAS?!!! De qualquer forma... Alexandre é o pai da Strix. Nasceu em 1522 e é um personagem que criei, certa vez para detonar... digo... revisitar Romeu e Julieta. Ele mudou um pouco desde a criação até hoje, mas continua sendo usado para satirizar histórias de vampiros e para deixar bem claro o que eu acho do determinismo, seja genético ou social. Sobre esse último ponto, basta dizer que o Alê é a criatura mais doce e pacífica que vocês podem imaginar... Mesmo sendo filho de um assassino cruel e de uma mulher fria que odiava o marido e também tinha lá sua cota de assassinatos. E mesmo o garoto tendo crescido cercado de chupadores de sangue calejados e até meio sádicos.

# Rosa Van Allen jovem - O pai dela matou o pai de Alexandre. O que não impediu o rapaz de se apaixonar perdidamente por ela. Ela é muito firme, é quem dá forças para o marido e a verdadeira administradora de Bela Noite. Como diz um cara sem muita finura, Rosa passou fácil pelo "teste dos 400", isso é, mesmo depois de fazer 400 anos, continua sendo considerada bonita. Isso não é pra qualquer uma: beldades de séculos passados costumam ser muito semelhantes a mulheres consideradas barangas no nosso século.


# Vou parando por aqui. Espero que tenham gostado dos pequerruchos. ^^ Logo, logo, volto com as histórias, sem crise, povo! \o/

quarta-feira, setembro 12, 2007

Homenagem striquiana a "O Sexto Sentido"

# Meu pai contou essa piada, mas não sei se é dele ou se ele ouviu por aí. Independentemente do que seja, resolvi que ele dava uma rap legal... \o/
# Com vocês...



Strix e Serena em: O Sexto Sentido


Serena estava em uma cama de hospital. Enrolada em cobertores, tremia e tinha o rosto perturbado. Strix estava sentada ao lado dela e, calma mas firmemente, pedia para a amiga contar o que havia de errado.

Depois de muita insistência, Serena sussurrou, tensa:

_Eu vejo gente morta...

Strix levantou uma sobrancelha e perguntou, séria:

_Com que freqüência?

_Todo o tempo! _Serena parecia prestes a chorar.

Houve um silêncio entre as duas. Strix olhou a ponta do tênis por alguns instantes, antes de responder em tom trivial:

_Mas se isso te incomoda tanto, por que você não pede demissão do trabalho no necrotério?

Achei a Triforce!!!!!

# Se você é fã de Legends of Zelda, especialmente de Ocarina of Time - OoT -(que, diga-se de passagem, nunca joguei), deve saber que o sonho de consumo dos jogadores de OoT é encontrar a Triforce (ela realiza qualquer desejo), mesmo a Nintendo dizendo que NÃO DÁ PRA ACHAR A DANADA. Pois bem, eu a encontrei!!!! E no meu caderno de Físico-Química II! Saquem só:

# Tá, eu admito. Andei fazendo provas demais por esses dias. -__-"

sábado, setembro 01, 2007

Sexo na adolescência - Cara, eu escrevi sobre isso!

# Apesar desse tema estar totalmente fora da minha esfera de criação, eu realmente escrevi um texto sobre "sexo na adolescência" para uma Atividade Quinzenal do fórum do RPG-X. Essa foi, inclusive, minha primeira vitória! Ironias do destino... O_O
# Dêem uma lida e me digam se me saí bem ou não.

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Prova de amor
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# _Por que estou aqui? Não é uma história de que me orgulho muito... Ligue o rádio, por favor.
#
# Começou de súbito...
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# _Desligue! Odeio essa música! Ah, obrigado. Deixe-me começar.
#
#
#
# Aos dezesseis anos, eu tinha tudo o que queria. Era bonito, fazia sucesso com as meninas, não perdia uma balada, dava pra passar de ano e até namorada eu tinha. Era uma daquelas meninas “patinho feio”, com aparelho e fundos de garrafa. Hollywood adora fazer essas meninas se tornarem lindas mulheres, mas eu não botava muita fé na Valéria... Mas fiel ela era. E inteligente, também. Ao contrário das outras, Valéria era pra casar.
#
# Espere. Estou me adiantando. Como eu dizia, meu ideal de felicidade há vinte anos eram festas constantes e sexo com garotas bonitas. E nisso eu era bom. Valerinha não ficava sabendo, não saía de casa e não tinha amigos baladeiros que pudessem me denunciar.
#
# Foi quando tive aquela idéia.
#
# Eu já disse que era bom. Modéstia à parte, já tinha feito muitas garotas felizes. Do nada, porém, cansei-me dessas “experientes” e tive vontade de desvirginar uma garota. Nada de especial. Queria saber como era.
#
# A princípio, tive dificuldades de encontrar uma garota virgem que quisesse... contribuir com minha meta. Ou melhor, até achei uma menina doida de vontade de me “conhecer melhor”. Só que ela tinha 12 anos. Podem me chamar de canalha, eu agüento calado e até faço charme. Mas pedófilo, isso nunca.
#
# Só então percebi minha burrice. Para quê procurar? E a Valéria? Lembrava-me de ela ter dito que era virgem quando começamos a namorar. Metade do meu problema estava resolvida.
#
# A outra metade era convencer Valerinha. Céus, que menina insegura! Bastava pronunciar a palavra “sexo” e ela se retraía toda. Tive que ir bem aos pouquinhos. Sabe como é, jogar baboseiras do tipo: “Vamos dar um passo à frente na nossa relação?” ou: “Estou tentando provar que te amo. E você, me ama?”.
#
# Ela resistiu. Muito. Mais do que insegura, parecia positivamente com medo. Eu é que não estava nem aí, achava frescura. Com palavras doces e argumentos capciosos, eu iria até o fim para conseguir o que queria. Embora nem soubesse mais por que queria.
#
# Prosseguimos nesse joguinho por alguns meses. Até o dia em que ela, muito séria, perguntou:
#
# _Amor... Você me ama de verdade?
#
# _Que pergunta! Claro que te amo!
#
# Se tem uma coisa que aprendi cedo é que, se você quer alguma coisa de uma mulher, deve falar exaustivamente que a ama.
#
# _Mas de verdade mesmo?
#
# _De verdade mesmo.
#
# _Você deve estar me achando uma boba... Mas eu preciso saber. Seja sincero. Você me ama muito mesmo, a ponto de querer estar comigo daqui a muitos anos? A ponto de aproveitarmos juntos as alegrias e apoiarmos um ao outro nas tristezas?
Você me ama a ponto de ser capaz de me perdoar?
#
# Fiquei sem jeito.
#
# _Isso está parecendo um casamento, Valerinha _tentei brincar.
#
# _Sim ou não? _ela perguntou, sem se deixar levar por meu bom humor.
#
# Percebi que era a minha chance. Todo esse papo de amor era um sinal de que ela estava prestes a ceder. Olhei bem para o fundo dos olhos dela e disse um sim tão firme que eu quase acreditei nele.
#
# Os olhos da Valéria marejaram e ela me abraçou. Não me enganei. Naquela mesma noite ela se entregaria a mim.
#
# Acho que é melhor cobrir as horas seguintes com decente véu. Mesmo por que, não houve nada digno de nota. Não sei quem foi que disse que a primeira vez é a especial, mas essa pessoa devia ser virgem contra a vontade. A primeira vez é uma porcaria, a garota não sabe nada. A maior preocupação da Valéria, por exemplo, foi a camisinha. Quase desistiu por conta do meu esquecimento desse detalhe. Pra você ver como ela não entendia nada ainda...
#
# Na manhã seguinte, acordei satisfeito comigo mesmo. Senti que alguém me observava e descobri a Valerinha olhando fixamente pra mim.
#
# _O que foi, meu bem?
#
# Foi a conta. Ela começou a chorar desesperadamente, tremendo toda.
#
# _Valéria?! Pelo amor de Deus, o que foi?
#
# Entre soluços e lágrimas, pude ouvir as palavras que saíam aos arrancos:
#
# _Será... que você me perdoa?... Você disse... Disse que me ama, não é?... Se seu amor for verdadeiro... Ele vai te proteger, não vai...?
#
# _Calma, amor! Do que você está falando? Me proteger do quê?
#
# Levou muito tempo para ela se acalmar. Foi quando me disse, cobrindo o rosto com as mãos:
#
# _É que... quando estava grávida... minha mãe... ela... me transmitiu AIDS. Mas uma vez só não vai fazer mal, vai? Será que você me ama o suficiente para me perdoar?
#
#
#
# _Preciso dizer mais alguma coisa, enfermeira? Não faz mal que você saiba, essa tuberculose oportunista logo vai me matar. Ajeite meu travesseiro, sim? Obrigado.

sábado, agosto 25, 2007

Bram e Vlad, o retorno!

# Depois de muito tempo sem postar, eis que retorno finalmente mostrando a cara de uns rapazinhos que vocês já conhecem... :D


# Com vocês...






Bram & Vlad - Crenças




sábado, agosto 04, 2007

Agnes no Corujando

# Oi, gente!
# Na série "escritores que admiro", já trouxe aqui a Rita (mais de uma vez, vejam no menu ali do lado), o Giorgio, e agora, ela: Agnes Mirra! A brava (no sentido de corajosa, mentes sujas!) moderadora da sessão Contos e Poesias do fórum do RPG-X. Às vezes, sinto-a como uma mãezona, sabe, daquelas que você pode contar sempre que precisa. (Vocês não dão trégua, mesmo, hein? É claro que é no sentido metafórico, ela tem quase a minha idade. Pulhas! E saibam que minha mãe de verdade tem 36, portanto, quando eu chamo alguém de "mãe", não estou dizendo nem mesmo que essa pessoa tem cabelo branco. :PPP)
# Ainda faltam algumas figurinhas que merecem estar aqui, mas é uma questão de tempo até eu apresentar todos. :D
# Então, sem mais delongas...

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SEUS DEDOS - por Agnes Mirra


"Morri há 3 anos, junto a Laura. Meus dias tem sido procissões infinitas de dor e solidão. Laura, Laura. Minha Laura. Porque as outras não são como você foi? Busco incessantemente sua alma em outros corpos, inutilmente. Em algumas vi algo que lembrava minha amada, mas a alma apenas ela tinha. Única. Minha. Imortal.

Tomado pelo desespero dos dias frios e solitários, penetrando corpos sem vida de mulheres estranhas e sem o perfume de Laura, fui invadido pelo desejo de refazê-la. Isso mesmo, em pedaços ela voltaria aos meus braços. Minha loucura ganhou imensas dimensões e todas as noites eu saía em busca do meu amor em fragmentos.

Não foi difícil encontrar os lábios, as pernas, os seios. As noites me traziam lentamente o que a morte me tomou. Laura viria. Estava se refazendo pra mim. Muitas mulheres a quem chamo de Santas me devolviam o corpo dela. A alma eu retinha em lembranças eternas.

Eu estudava minha vítima minuciosamente. E após seduzi-la, eu poderia conferir todo o corpo e assim tomava pra mim a parte que parecesse com o meu amor. Minha Laura. Foram muitos corpos, muitas noites, muito sangue."

_ Porque está em contando esta estória? É tão triste e bizarra.

_ Não é apenas uma estória. Você é parte dela.

_ Eu? O que está dizendo?

_ Seus dedos...

quinta-feira, julho 26, 2007

Pensamentos à la Strix


# Férias acabando. Alguns mL de sangue a menos pra fazer controle hormonal. Meu cachorro deitado em minhas roupas. Chuiiiiiiiiiiif!
# Por outro lado...

# Dormir até onze e meia. Comer gelatina. Bolinhos de chuva. Chamego da mamãe. Leituras desde muito desejadas. \o/

# Como estou meio filosófica hoje, uma pequena reflexão a respeito do automatismo das frases feitas:

# Uma bela noite, Strix estava conversando com algumas amigas, quando uma delas soltou para a vampirinha:

# "_Aaaah, Strix, não vai me dizer que você não quer seu lugarzinho ao Sol?!"

# Pois é. A vida é dura com quem é mole.

# PS: Tá bom, tá bom. Eu admito. Adaptei essa de uma tirinha do Bram e do Vlad. Mas é que o desenho ficou muuuito tosco. :D

sexta-feira, julho 20, 2007

Dia do amigo!

# Historinha de detetive pra comemorar o dia do amigo... No fim da leitura, vocês entendem... :D
# Bjins!


Um par de brincos e um chaveiro chinês


_Não sei mais o que eu faço, Lucas _Raquel estava desconsolada. _Você sabe o quanto gosto daquele brinco. Ele sobreviveu aos meus descuidos da infância, não quero perdê-lo logo agora e de um jeito tão idiota. É óbvio que alguém roubou enquanto saímos da sala de aula, mas quem? Ninguém viu gente diferente entrando, então deve ser um aluno, mas... É tão inacreditável! Nunca pensei que alguém da nossa sala pudesse fazer dessas coisas.

_É, é meio estranho _Lucas falou, sério. _Dê queixa na polícia.

_Ah, não quero fazê-los perder tempo com um assunto tão banal. O brinco é bonito, mas não é caro. É mais uma questão de honra, mesmo.

_Então, contrate um detetive. Embora eu ainda ache que você deveria procurar a polícia.

_Detetive? Isso existe de verdade?

_Claro que existe! Eu até conheci um veterano de Psicologia que trabalhava como detetive. Ele já se formou, mas acho que continua com esse trabalho.

_Ah, não, o que eu quis dizer é se existem mesmo caras que investigam roubos, assassinatos, desaparecimentos e essas coisas. Sempre imaginei que os detetives de verdade passassem o dia inteiro seguindo pessoas, tirando fotos e gravando conversas.

_É, é o que mais fazem, mas o Lelé investiga qualquer coisa que você peça.

_Lelé?

_Desculpe. Alexandre. É que ele gostava de dizer que quem faz Psicologia é tudo lelé da cuca querendo resolver os próprios problemas psicológicos.

_Como eu contrato ele?

_Se ele não mudou o telefone do escritório, ainda tenho em alguma agenda lá em casa.

_E a consulta é cara?

_Ele só cobra se resolver seu problema. Também é uma questão de honra. E, cá pra nós, nunca o ouvi reclamar que estava sem dinheiro.


_Alexandre Matos, um seu escravo.

Ele curvou-se sorrindo. Raquel ficou sem saber o que dizer. Não sabia bem como esperava que fosse a aparência de um detetive, mas não imaginou que fosse um jovem arruivado e sorridente, com um olhar perspicaz que se tornava malicioso sem aviso.

Aliás, agora que reparava bem, havia suficiente semelhança entre ele e o rapaz que a atendera (ela julgou ser o secretário) para declará-los parentes. Isso e o fato de o escritório ser numa pensão fizeram-na ficar desconfiada de que Alexandre podia não ter problemas de dinheiro, mas bem de vida é que não estava.

_Então, minha cara? Você disse que quer meus serviços para cuidar de um roubo. O que foi roubado? Quando, onde, como? Perdoe-me o afã, mas faz séculos que não tenho nada mais interessante para fazer que cuidar de adolescentes rebeldes e casos de divórcio.

Ela voltou subitamente à realidade e explicou:

_Foi na semana passada. Eu tenho um par de brincos que não são exatamente jóias, mas podem ser confundidos com. Ganhei de presente da minha mãe quando eu tinha seis anos. Na terça, fui pra faculdade com ele. Tirei pra experimentar um dos brincos que uma amiga minha estava vendendo e pus na mochila. Acabei me esquecendo de colocá-lo na orelha de novo. A mochila ficou na minha carteira e saí para comprar alguma coisa na cantina. Quando voltei, quis pôr os brincos e eles não estavam lá. Sei que é uma bobagem completa, que ninguém teria tanto trabalho com uma coisa que pode comprar por trinta reais ou menos, mas ele tem valor afetivo, entende? Minha mãe já morreu e é uma das poucas lembranças que tenho dela. Pelo que pude descobrir, ninguém diferente entrou na sala, então foi um dos meus colegas. Por isso achei que...

_... Não fosse assim tão impossível descobrir o ladrão? Bem, bem, bem, acho que será um prazer.

_Ah, sim. Isso estava no chão da minha carteira. Não sei se quem deixou cair foi o ladrão ou não, mas não estava antes e ninguém reconheceu.

Alexandre pegou o chaveiro com todo o cuidado e observou-o com atenção. Era um chaveiro ordinário de metal, em forma de símbolo chinês, com uma chavinha pendurada. Um rápido brilho passou pelo olhar dele, que se levantou.

_Excelente, menina, excelente! Por favor, anote aqui a sala em que você perdeu, a aula que estava assistindo, a data, o horário, tudo. Aliás, que curso que você está fazendo?

_História.

_Certo. É colega do Lucas, foi o que me disse? Bom sujeito.

_E quanto aos... Aos preços?

_Não se aflija. Prometo-lhe que meus honorários não superarão o preço do brinco, se chegar a tanto. Esse não parece ser um caso dispendioso e a UFMG está a poucos minutos de distância daqui. Volte para casa e relaxe. Manterei você informada.


Raquel nunca imaginou que seria “mantida informada” daquela forma... Na terça-feira, rememorava os fatos do roubo antes que começasse a aula, quando alguém com um buquê de rosas entrou na sala. Perguntou algo a uma menina da porta e se encaminhou para onde Raquel estava.

O que a deixou pasma é que o entregador era ninguém menos que Alexandre, com um boné e uma camisa com um nome de floricultura.

_O que está fazendo aqui? _perguntou ela, entre os dentes.

_Um bico, ué! Quando a gente é muito seletivo com os casos que aceita, tem que fazer grana em outros setores... _riu. _Brincadeira. Só quis conhecer o terreno. Onde vocês estavam conversando?

_Ali _apontou a mesa da professora.

O detetive olhou pensativamente para lá.

_Sei... _suspirou. _Ah, eu queria realmente impressionar você com grandes deduções e feitos quase literários, mas temo que o fim desse caso vá ser simples e algo decepcionante...

_Pra mim, só de você encontrar o brinco, tá bom _Raquel disse, meio sem jeito. _Aliás, já estou achando que pedi demais, isso é, tanta dor de cabeça por nada...

_Trabalhar para uma moça bonita nunca é dor de cabeça, minha cara _ele balançou o indicador com um olhar malicioso. _Já vou indo, tenho trabalho a fazer.

Raquel corou um pouco enquanto ele se afastava. Não tinha notado antes, mas o diabo do detetive tinha um sorriso muito charmoso.


_Que bom que pôde vir! _Alexandre sorriu. _Tenho uma nova peça no caso, não sei se você reconhece isso...

Entregou algo embrulhado em papel de seda a Raquel. Ela soltou um gritinho de satisfação.

_Meu brinco! Mas como...

_Eu não devia contar... _ele suspirou. _Mas você é minha cliente, tem o direito de saber. Eu coloquei o chaveiro nos achados e perdidos e vigiei. Quando o dono veio pegar, apenas pressionei um pouco e ele cedeu.

Raquel emudeceu por alguns instantes.

_Agora que você falou... É tão simples que estou envergonhada de não ter pensado nisso antes!

_Bobagem. Meu trabalho não é fazer deduções mirabolantes do nada, é pensar naquelas coisas simples que todo mundo esquece.

_Mesmo assim, foi um grande trabalho. Quanto devo?

_Nada. Você é que fez o favor de me tirar daquele tédio.

_Mas eu insisto! Depois de toda essa trabalheira...

_Não, não posso te cobrar. Mas, já que insiste... Pode pagar com um favor.

_Diga.

_Será que não me acompanha num jantar hoje há noite? Não queria ir sozinho ao restaurante mais uma noite.

“Por que não?”, ela pensou. Seis meses são tempo o suficiente pra ficar solteira!


_Hoje, oito da noite, Churrasquinho do Manoel. Pode me passar a grana.

_Droga! Como você consegue? Ela já está há seis meses sem encontro!

_Eu disse que se você pegasse alguma coisa dela pra servir de pretexto pra minha entrada ia dar certo. Não fiz Psicologia à toa. Ah, em tempo, Lucão... _atirou um chaveiro para ele _jogue fora esse negócio, não quero destruir amizades.

_Você é o detetive mais imoral que eu conheço, Lelé!

_Imoral por quê? Não cobrei dela, ela terá a melhor noite dos últimos seis meses e ainda vou fazer seu cartaz! Admita: eu sou o cara.

Lucas ficou sem saber o que falar. Jogou fora o chaveiro com símbolo chinês, pensando se contratar Alexandre tinha sido, no fim das contas, um bom negócio.

sábado, julho 14, 2007

Homenagem à sexta, postada no sábado

# Ah, eu sei que já não é mais sexta-feira 13, que são três da manhã de sábado, mas vá lá! Aqui vai um continho pra homenagear a data, estrelado por uma assombração que dá um azar danado. :D


A preocupação de Strix


Strix se entregou ao prazer de seu hábito mais abominável (pelo menos na opinião de seus amigos humanos): lustrar os longos caninos com um fio dental. Além da sugestão de que ela estava se preparando pra usá-los, tinha o barulhinho irritante.

Naquela noite, porém, teve que se interromper ao ver uma cena preocupante: Serena com o vidrinho de aspirina na mão.

_Serena! Pára com esse vício! Você não pode tomar aspirina todo dia! É inadmissível!

Serena largou o comprimido, emocionada.

_Você diz isso por que automedicação é uma coisa perigosa? Ou por que o consumo prolongado de uma droga tem conseqüências imprevisíveis? Puxa, você se preocupa mesmo com minha saúde, né?

_Claro _ela sorriu e passou o dedo pelo pescoço da amiga, piscando o olho. _E aspirina demais raleia o sangue.

_STRIX!

sábado, julho 07, 2007

Cara! Não é que eu ainda não tinha postado?!

# Olhando agora as postagens anteriores... Só agora vi que não postei nenhum dos contos que criei para a Arena Literária (uma seção do RPG-X, link ali do lado). Tsc, tsc, que coisa mais feia... E logo eles que são os menorezinhos! Portanto, aí vai um conto que é uma reedição de outro, mais antigo. Tem mais suspense e (espero) está menos confuso. A única diferença gritante foi o acréscimo do Dr. Oswaldo para deixar as coisas mais claras.
#
# [Momento stress]
# Ai, tô doida pras férias começarem de vez! Ainda não consegui relaxar sem as malditas notas de Físico-Química!
# [Fim do momento stress]
#
# Bjins!

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Os Arquivos do Dr. Oswaldo
Arquivo 013: o caso da décima terceira vítima

Escolhi essa história por me parecer a mais adequada para ser arquivada como 13. Somente muito tempo mais tarde foi que um paranormal que conheci, ao visitar aquele lugar, teria uma visão parcial dos fatos que se sucederam, fatos que narrarei logo a seguir, talvez com alguma fantasia. Mas não creio ser uma fantasia assim tão longe da realidade.


***


Já passava da meia-noite. O vigia levantou-se de seu posto e, conscienciosamente, passou a checar se todos os laboratórios estavam trancados. Professores e universitários eram criaturas muito sujeitas ao esquecimento.

O clima na Universidade não era dos melhores. Nos últimos meses, universitários, professores e funcionários desapareciam em uma noite para serem encontrados no outro dia, dessangrados e com o pescoço estraçalhado. Cada vez mais era evitado o perambular pelo campus depois que escurecia. Já se tinham ido doze vítimas, uma por semana.

O vigia sentia um clima pesado aquela noite, uma ameaça que pairava sobre sua cabeça. Aquele estado de nervos fez seu coração gelar quando ouviu barulhos vindos de um laboratório escuro. Segurou sua arma com força e se aproximou passo a passo. A luz do corredor iluminava alguns quadrados brancos do chão, e nada mais. Um vulto branco deslizou lá dentro. Cheio de determinação, o vigia brandiu o revólver.

_Quem está aí?

_Mil desculpas, senhor _um homem disse, surgindo do nada para a claridade dos quadrados brancos, mas sem permitir que a luz incidisse sobre seu rosto. _Acabei ficando até mais tarde no meu experimento. É sobre compostos fluorescentes; só posso estudá-los em boas condições à noite.

_Eu é que peço desculpas _o vigia sorriu, aliviado. _Ando meio nervoso com todas essas mortes.

_Todos nós estamos _concordou o professor.

_Não quer ir à sala dos funcionários tomar um café? Ficar sozinho deixa a gente um pouco paranóico.

_Adoraria.


Perfeito, simplesmente perfeito! Ele já estava preocupado com aquela diminuição do número de pessoas no campus à noite. Claro que seria arriscado matar um funcionário de seu departamento, mas não era a primeira vez e o caso era desesperado. Além do mais, ele saberia encobrir seu rastro.


A sala dos funcionários era muito velha. Vez por outra, pedaços de madeira do teto balançavam ameaçadoramente, sugerindo que poderiam cair a qualquer momento e fazer estrago com suas pontas afiadas.

O vigia e o professor sentaram-se na mesa carunchada e se serviram do café morno e forte. Ficaram em silêncio, contemplando a xícara, até que o vigia arriscou:

_Tá quente esses dias, né?

_É.

O “É” foi dito em tom de ponto final, criando um novo silêncio. O professor voltou outra vez o olhar para o líquido negro em suas pequenas revoluções, enquanto o vigia contemplava-o atentamente, achando que havia algo errado naquela face. Decidiu tentar de novo.

_Sua mulher não liga de o senhor trabalhar até tarde, não, professor?

_Minha mulher e meus filhos estão mortos. _Ele crispou levemente as mãos e encarou o interlocutor com um olhar dolorido e repreensivo. _Mortos por minha culpa.

O vigia se engasgou, corando.

_Oh! Eu... Desculpe. Não queria...

_Esqueça _suspirou e desviou o olhar. _Fatos passados... Coisas que não se pode mudar... É preciso resignar-se. _Mas ainda havia uma dor muito profunda no rosto do professor.


Droga! Por que aquele homem havia de lembrar-lhe de sua família, que ele próprio assassinou para saciar sua primeira necessidade de sangue? Essa vítima teria que sofrer!


A conversa não mais progrediu. Beberam o restante do café com solenidade. Terminando, por tácito acordo, os dois se levantaram.

_Muito obrigado pela companhia, professor.

_E o senhor, muito obrigado pelo café.

O professor parou à porta e ficou hesitando, como se quisesse dizer algo. O vigia se aproximou, solícito.


“É agora.”

Ele revelou-se à vítima, que se encolheu contra uma parede, resignada. Se não estivesse tão cego de sede e dor, teria estranhado a reação. Mas tudo em que conseguia pensar era em saltar sobre aquele pescoço, em obter o precioso líquido vermelho e quente.

No meio do salto, porém, ele reconheceu aquele homem. Mas já era tarde. O homem desvaneceu-se diante de seus olhos, com um sorriso de profunda satisfação. Ao invés de um corpo humano, o que o assassino atingiu foi a parede.

Um estalo de madeira partida, um gemido abafado.

É o fim.


***

Cheguei ao Departamento de Química pela manhã. Estava ali para tranqüilizar uma amiga que achava que tudo era obra de um doente mental. Não que eu soubesse ao certo em que um psiquiatra pudesse ser útil na perseguição de um serial killer.
O inspetor já me conhecia, é claro. É minha sina. Aparentemente, havia mais uma vítima, um homem com um pedaço de madeira que varava o corpo na altura do coração. Era um pedaço de uma viga do teto. A polícia estava perplexa com a incrível contorção facial de medo do morto.

“Não tivemos dificuldade de identificá-lo. Era o vigia do departamento. Já é o 13° morto desde aquele professor, do Departamento de Química também. Aquele que perdeu a família num acidente quando visitavam o laboratório dele.”

Assenti. Bastou um rápido exame para que eu suspeitasse da verdade. Perguntei se o vigia tinha algum lugar no campus onde pudesse guardar seus pertences. O inspetor mostrou-me uma gaveta de arquivo trancada. A um pedido meu, foi arrombada e seu conteúdo mostrou a justeza de minhas suspeitas. Eram roupas e uma caneca, todos sujos de sangue.

“Vampirismo”, eu disse, lacônico. “Um distúrbio mental em que a pessoa começa a achar que sorver o sangue de outras pessoas lhe trará poder e juventude. A velha história do ‘sangue é vida’. O quadro, se não controlado, passa do patético para o dramático, do dramático para o terrível, com muita facilidade.”

O inspetor ficou um longo tempo em silêncio.

“Como o senhor adivinhou?”

“Adivinhar não é bem o termo. Confesso que não segui indícios; a combinação entre mortes por pescoços rasgados e um homem morto com um pedaço de madeira no coração formou uma associação de idéias difícil de combater.”

“Não deixa de ser um ponto de vista... Suponho que a vítima que ele tinha em vista conseguiu se apoderar de um desses pedaços de madeira caídos do teto e golpeou-o em legítima defesa. Mas talvez nunca venhamos a saber.”

“Talvez.”

sábado, junho 30, 2007

Pra rir e relaxar

# Semana de provas chegando = Strix sem tempo pra nada.
# Logo, teremos uma participação especial aqui no Corujando essa semana: Giorgio, um cara que TEM A MANHA quando o negócio é humor. Sou fã especialmente dos contos da Tânia Saginatta, e apresento um que eu simplesmente amei:



Tânia e o SACAMANTECAS


por Giorgio



Inspirado em um conto de Camila Fernandes, Sacamantecas, publicado no Necrozine número 2


– AAAAAAAAAH! CHEEGAAA!

Desde que o pai milionário a presenteara com a editora, Tânia criara a revista Balzaca, um sucesso editorial estrondoso. Milhares de mulheres se identificavam com as frustrações expostas na publicação, seguiam as dicas para espantar e disfarçar a falta de um companheiro carinhoso, repetiam os mantras até acreditarem-se de verdade “solteironas por opção” (um dos slogans do periódico), faziam as simpatias para arrumar namorado e obedeciam à risca as orientações da Balzaca.

Durante anos, Tânia fizera o papel de “irmãzinha mais velha” das mal-amadas do país. Parecia que a revista funcionava para todas, menos para ela. Há um tempão Tânia não sabia mais o que era um beijo, um abraço, um “isso aí mesmo que você pensou”. Naquele mês, a TPM pegava pesado. Sexta-feira, dia de balada, de jeito nenhum ela passaria aquela noite sozinha. Foi a uma boate em um bairro distante do seu, crente que não iriam reconhecê-la.

– Desculpe... Você não é a Tânia?
– Hã?
– Você não é a Tânia Saginatta, editora da Balzaca?
– Eu... sou... é...
Carácoles! Faz um tempão que eu queria te conhecer!

Quem a abordava não poderia receber definição melhor do que “o cover do Antonio Banderas dez anos mais moço”. Jeitão espanhol, cabelo com brilhantina preso num rabo de cavalo, super bem vestido, voz sensual.

– Qué-quer um autógrafo? – perguntou Tânia.
– Eu adoraria... Pena que não tenho um número da Balzaca aqui comigo.

Tânia tomou coragem:

– Engraçado, nunca soube que um homem lia minha revista.
– Leio, sim! Desde os primeiros números. Ah! Que grosseria! – estendeu a mão – Juan Díaz de Garayo.
– Juan Díaz de quê?
– Garayo! Garayo! Na escola viviam me enchendo por causa desse sobrenome. Hoje eu dou risada. Sempre me dizem as mesmas piadas, os mesmos trocadilhos infames...

Enquanto apertavam as mãos, Tânia demorou para soltar. Juan tinha uma conversa boa, mostrava-se inteligente, engraçado, divertido... Algumas horas depois, e sem precisar de um pingo de álcool, os dois se beijavam. As carícias já ficavam mais íntimas e pessoais quando Juan tentava abrir, ao mesmo tempo, a porta de seu apartamento, o zíper de sua calça e a blusa de Tânia. Entraram.

– Ai, ri-ri-ri! Essa noite promete ser do Garayo!

O sósia mais jovem de Antonio Banderas tirou Tânia do chão com uma facilidade inacreditável para alguém que não aparentava ter tanta força (não se esqueçam de que, embora a Balzaca desse dicas de emagrecimento, sua editora passara, há muito, dos cento e vinte quilos) e a atirou sobre o sofá.

– Juan, Juan, por favor, seja gentil! Odeio violência!
– Eu também! O hispânico cravou os dentes no braço avantajado de Tânia. A balzaquiana experimentou uma leve sensação de torpor, seguida de uma ardência estranha. Quis pedir-lhe que parasse, sem conseguir falar. A pressão caía, como se a gordota estivesse perdendo sangue. O rapaz afastou a boca com um estalido. E a editora, que já ia ficando branca, empalideceu ainda mais ao perceber duas perfurações no braço.

– Caceta, Juan! – gritou ela – Cê é um vampiro?
– Sou um sacamantecas.
– E que merda é essa? O que saca-cuecas tem que haver com vampiros?

Não é que haver, é a ver, Tânia! Ah, que falta fazia o revisor da revista nessas horas!

– Sacamantecas, gordinha, é espanhol. Sacar mantecas. “Tirar manteiga”... Gordura! Aposto como uma mal comida como você adoraria ser magra, não?

O murro veio com tamanha rapidez e potência que Juan Garayo voou de ré e caiu de pernas para cima atrás do sofá onde ele e Tânia haviam começado suas “chumbreguices”*.

Ele não deveria ter usado o termo “mal comida”. Agora ficaria inconsciente talvez até o dia seguinte. A mãozinha pesada de Tânia era lendária. Ainda mais com TPM...

Em que loucura se metera? Um vampiro de gorduras? Tânia se sentia num episódio de Arquivo X**. Estendeu o braço direito para apanhar a bolsa. Estranhou. Em seguida, esticou o esquerdo. Comparou os dois e percebeu que seus volumes diferiam.


***

Assim que Juan Sacamantecas do Garayo abriu os olhos, notou que se achava acorrentado. Ainda zonzo, deu com Tânia bem à sua frente, e riu.

– Você acha que essa correntinha vai me deter?
– A correntinha não sei, Saca-panquecas, mas meu sapato sim.

E Tânia meteu um pontapé entre os bagos do vampiro de gorduras. “Mal comida” foi até educado perto dos palavrões que escutou na seqüência. Felizmente para Juan, nenhum daqueles insultos ofendeu a barriguda.

– Já acabou? Quero te fazer uma pergunta. Afinal, que diabos é você?
- Um vampiro de gorduras, já falei! Meu corpo não fabrica o que o seu tem em excesso, daí eu preciso tirar de algum lugar!

– Já tentou dieta de açúcar e carboidrato? Vai comer um mês seguido no McDonald’s pra ver se você não engorda!
– Não é tão fácil! Meu organismo é diferente do seu!
– É. Foi o que eu pensei. Tenho uma proposta pra você.


***

Algumas semanas mais tarde, Tânia se via diante de mais um sucesso em sua vida. Além da notória Balzaca, abrira uma clínica estética que leva seu nome: Tânia’s. A atração principal da casa era o “fitness relâmpago”, intitulado Regime do Garayo. A cada sessão, as clientes perdiam em média cinqüenta quilos. Garayo*** trabalhava tanto que deixara de ter a barriga de tanquinho.

Tânia só não se achava completamente feliz por um único motivo: o movimento na clínica era de tal monta que nem ela, a dona, conseguia um horário com o Sacamantecas...

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* Chumbreguices é como se costumava chamar o ato sexual séculos atrás...

** Trata-se do episódio 2Shy, aqui mal e porcamente traduzido como “Tímido 2” em vez de “Tímido demais”. Mulder e Scully se viam às voltas com um tradutor bem apessoado que se aproximava de obesas solitárias via chats de Internet para matá-las de tanto sugar suas gordurinhas, pois o tecido adiposo era vital para ele.

*** O nome Juan Díaz Garayo foi pego emprestado de um assassino que realmente existiu e levava o apelido de Sacamantecas, visto que lhe são atribuídas as mortes de seis mulheres com o intuito de roubar-lhes as gorduras e vender para fábricas de sebo, e com outras quatro praticou necrofilia. Uma simpatia de pessoa, foi preso aos sessenta anos de idade.

sábado, junho 23, 2007

Deixando a preguiça de lado

Finalmente terminei uma das tirinhas que estava querendo desenhar. E é claro que tinha que ser com a Strix, ela é a rainha dos Roberts! (aliás, essa loirinha com cara de boba aí do lado é ela mesma ^^).

OBS: caso não dê pra ler direito, os balões estão escritos:
"Strix! Você, que tem poderes..."
"...me alcança aquela maçã?"
"Claro!"
"Alcançou ou quer mais alto?"

sexta-feira, junho 15, 2007

Mais uma da Strix

# ÊÊÊ! O último tópico bombou! (Pelo menos, para os padrões desse blog.) Nada como bons amigos e uma rap que dê tanto motivo a especulação. ^__^ Aliás, ainda estou curiosa para saber qual tecla era, mas deixa pra lá.

# Eu sei que sou insuportavelmente prolixa. Mas, desafiando todas as possibilidades e impossibilidades, eis aqui uma rap (conto com, no máximo, 120 palavras) de minha autoria. Não se acostumem, porque produzir essas coisinhas não é fácil. Mas, de vez em quando, é bom pra quebrar a monotonia. :D

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Prioridades


Strix poderia ter se desviado, mas foi tudo tão rápido e tão inesperado que os seis tiros acertaram seu peito. Como o sujeito fez a bobagem de atirar de olhos fechados, nenhum acertou o coração. Humano nervoso, aquele! Mas sabia o que estava fazendo. As balas de prata não mataram, mas deixaram-na de cama por uma boa semana.

_Foi horrível! Quero matar aquele homem! _reclamou Strix, sentida.

_A gente entende _D apoiou, carinhoso. _Ele quase te matou.

_E você ainda perdeu uma semana de aula... _Derek emendou.

_Do que estão falando? Quero matá-lo porque furou meu suéter novo! E em seis lugares!

D e Derek se entreolharam. “Por que a gente ainda se preocupa?”

segunda-feira, junho 11, 2007

Volta (mais ou menos) ao normal

# Essas últimas semanas foram difíceis. Não consegui pensar em nada legal pra pôr no Corujando. Agora, porém, estou mais ou menos tranqüila, pelo menos até a próxima semana de provas. ^_^

# O blog do Conservatório foi atualizado com o capítulo 2 e uma aventurazinha rápida da Strix (a mesma d'A Mansão ACBR). O link tá ali do lado, mas, para os preguiçosos, basta clicar em http://oconservatorio.blogspot.com

# Vou aproveitar e fazer algo que eu criminosamente não fazia há muito tempo: publicar um texto da Rita. Aproveitem! ^^

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Tendência Teclante
Por Rita Maria Felix da Silva


Acordou numa sala de madeira. A cabeça doía. Fora drogado. Monitores nas paredes. Imagens de pessoas morrendo horrivelmente.

— O que...

— Bem-vindo, Danilo Valeriano. Programador. Um dos homens mais inteligentes do mundo. Candidato 79. - Soou uma voz eletrônica.

— Quem é você ?

— Uma celebridade entediada da mídia. Veja aquele computador: qualquer tecla ativa um dispositivo mortal. Exceto uma. Aperte-a e escapa muitíssimo rico. Erre e...

— Maluquice.

— Certo... Estou enchendo a sala com gás venenoso de uso militar.

Danilo apertou o "enter". Múltiplos raios laser reduziram-no a micropedaços.

— Pena. - disse a voz eletrônica - Sempre apertam a mesma tecla...


Fim

domingo, junho 03, 2007

Acreditem se quiser!

Isso, gente, foi tirado em Barbacena. Depois perguntam por que a cidade tem fama de "Cidade dos Loucos"...



quinta-feira, maio 24, 2007

Especial Citações

# Como estou sem tempo para produzir novas postagens, vou deixar que os outros o façam! Hoje, uma seleção com as melhores citações que pude encontrar. Algumas são por minha conta, foram ditas por personaagens meus. Elas estarão marcadas por asteriscos depois do nome do autor da frase. Bjins! (PS: se tiver uma frase legal, pode pôr lá nos comentários. Depois, junto tudo e faço outro post).

# "A imaginação é mais importante que o conhecimento." (Albert Einstein)

# "Se você quer café na cama, durma na cozinha." (Allison Pearson)

# "Não tenho medo da morte. Só não queroi estar lá quando ela acontecer." (Woody Allen)

# "Se o gosto é bom, faz mal para você." (Isaac Asimov)

# "O inverno mais frio que passei foi um verão em Barbacena." (Eu, parafraseando Mark Twain - ele falou sobre San Francisco.)

# "Filmes devem ter um começo, um meio e um fim - não necessariamente nessa ordem." (Jean-Luc Godard.)

# "Tudo tem um fim. Só a salsicha tem dois." (Provérbio alemão)

# "Ninguém morre por falta de sexo. É por falta de amor que nós morremos." (Margaret Atwood)

# "Pensar é o trabalho mais pesado que há. Talvez seja essa a razão para tão poucos se dedicarem a isso." (Henry Ford)

# "Não há diferença entre um sábio e um tolo quando estão apaixonados." (George Bernard Shaw)

# "Vocês é que têm que temer minha morte!" (Eduardo*, espírita convicto, ao ser perguntado se tinha medo da morte.)

# "O problema não é a Ciência. São os cientistas." (Eduardo*, sobre o não-reconhecimento dos fenômenos espíritas pela comunidade científica.)

# "A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca." (Carlos Drummond de Andrade - CDA para os íntimos. ^^)

# "As academias coroam com igual zelo o talento e a ausência dele." (CDA)

# "Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante." (CDA)

# "Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons." (CDA)

# "Não é fácil ter paciência diante dos que têm excesso de paciência." (CDA)

# "Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis." (Charles Chaplin)

Pra encerrrar, bateria do Oscar Wilde:

# "A vida é muito importante para ser levada a sério."

# "Os homens ficam terrivelmente chatos quando são bons maridos, e abominavelmente convencidos quando não o são."

# "Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada."

# "Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo."

# "Se existe no mundo coisa mais aborrecida do que ser alguém de quem se fala é certamente ser alguém de quem não se fala."

# "É melhor ter um rendimento permanente do que ser fascinante."

# "A moda é uma variação tão intolerável do horror que tem de ser mudada de seis em seis meses."

# "Ah! Não me diga que concorda comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado."

# "Sou contra os noivados muito prolongados. Dão tempo às pessoas para se conhecerem melhor, o que não me parece aconselhável antes do casamento."

# "A ideia que não envolve perigo não chega a ser ideia."

# "Os homens não sabem dar valor às suas próprias mulheres. Isso deixam para outros."

# "Há apenas um tipo de comunidade que pensa mais em dinheiro do que os ricos: os pobres. Os pobres não conseguem pensar em mais nada."

# "Toda a mulher acaba por ficar igual à sua própria mãe. Essa é a sua tragédia. Nenhum homem fica igual à sua própria mãe. Essa é a sua tragédia."

# "Há uma espécie de conforto na auto-condenação. Quando nos condenamos, pensamos que ninguém mais tem o direito de o fazer."