quarta-feira, setembro 03, 2008

Chá de cogumelo

# Sei que tenho andado relapsa com o Corujando, mas a culpa é da faculdade e das mudanças sem fim. =p

# Hoje, resolvi quebrar a falta de escritos que tem me acompanhado desde a última atualização, e postar esse conto psicodélico. Foi baseado num sonho. :D

# Bjins!

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A hora em que as Coisas Acontecem


Eu sei que está tarde. Sei mesmo. Mas continuo digitando no mesmo ritmo.


Meus olhos parecem estar cheios de areia, as letras do documento do word se embaçam. Isso é bom. Significa que está quase na hora em que as Coisas Acontecem.

Não disse? Olhem só essa coisinha dourada que entrou voando pela janela. Estão ouvindo? Não parece que esse zumbido é, antes, uma música? Ou meus ouvidos estarão me traindo?

A coisinha dourada está voando e a tocando a musiquinha zumbida em volta de mim. Bolas. Odeio coisas esvoaçando em volta de mim. Sai! Vamos, saia! Na minha cara não!

_Quer parar com isso?!

Não disse que é hora de Coisas Acontecerem? A coisinha meio que explodiu e virou uma fadinha de cabelo vermelho, viu só? Uma fadinha [i]zangada[/i] de cabelo vermelho. Foi ela que falou, juro! E agora, está voando em minha direção. Sai pra lá jacaré!

A danada se agarrou na mão que usei para detê-la. Preciso tirá-la dali. Será que ela sai se eu pux...

AI!

Ela me mordeu! E está chupando o sangue!

Já chega! Fora, fora, fora!

Nada como um caderno de capa dura para persuadir uma fada a te largar. Ela virou aquele treco dourado e saiu zumbindo música pela janela. Pelo menos, acho. Pode ter dado meia-volta e estar me espreitando. Lá se vai um sono sem paranóias...

O machucadinho está ardendo. Malditas fadas. Por que os contos de fada nunca avisam que fadas mordem?

Meus olhos se fecham e dou uma cabeceada. As letras do documento do word voltam a se focalizar. A mordida da fada parou de doer. Aliás, a marca já sumiu. Melhor assim.

Acabou por hoje. A hora das Coisas Acontecerem já passou. Começou a gêmea dela, a Hora de Dormir.

Boa noite.

segunda-feira, julho 28, 2008

Avatares... Essa minha perdição!

# Vocês sabem que estou sempre atrás de novos sites que fazem avatares... E quando encontro... :D

# Esse aqui é o meez.com Caramba, povo, a ferramenta 3D deles é ótima! Só que achei os tipos masculinos grosseiros demais. :\ Vejam se a Strix não parece gente:

# Fiz a danada em várias posições, inclusive. Mas não vou pôr todas aqui para não sobrecarregar. As que ficaram mais fofas:

# Olhar maligno:
# Corpo inteiro:

Infidelidade... Por que será que pensei nisso? ^^"

# Olás! Numa tentativa desesperada de retomar as postagens aqui, estou mostrando para vocês um conto criado para a Atividade Quinzenal do RPG-X. O tema era "Infidelidade". A abordagem foi bem minha, naturalmente... =3

# Acho que não ficou nada mal. Mas opinião de mãe não conta, logo...

# (É, e vocês conhecem o Diego e a Cristina desse conto... :D)


Lucy

Em homenagem a uns meninos ingleses

que conheci há pouco tempo, mas já admiro muito.

Diego acabou suas obrigações e olhou o relógio. Três horas! Eram apenas três horas, e ele já não tinha o que fazer até a hora de dormir. Olhou para a aliança de noivado em seu dedo e lamentou que a gêmea dela estivesse a quilômetros de distância, em outra cidade.

“Cristina...”

Sem Cristina, as horas passavam como um sistema de cinco incógnitas e cinco equações, como um período tortuoso, comprido e cheio de preciosismos, como um interminável e dissonante intermezzo.

Um tédio.

Era em horas como aquela que ele sentia saudades de estar com ela, conversar com ela, tocá-la, aborrecê-la, fazê-la sorrir... E logo que se lembrava da distância entre os dois, ele via que aquilo era impossível.

Se ao menos tivesse algo para fazer... Mas não tinha.

Tinha apenas a saudade e uma necessidade profunda e imediata de dar e receber afeto. Uma idéia travessa cruzou-lhe a mente, e ele a dispensou. Cristina não iria gostar. Porém, já dizia o grande escritor, idéias são da família das moscas. A idéia voltou e voltou, até que ele cedeu. Só havia um jeito de aliviar aquela saudade, aquele desejo.

“Lucy.”

Sua tentação e sua perdição.

Diego levantou-se da cama e cruzou, cuidadosamente, os longos corredores daquele que acabou se tornando seu lar. Parou diante da porta trancada e, com a habilidade que vem da reincidência, arrombou a fechadura.

Lá estavam elas, trancadas para serem protegidas dos homens que as buscavam, ávidos. “Como se elas não quisessem o que quero tanto quanto eu.” As mais novinhas pareciam ansiosas, mas ele as ignorou. Procurava um leito especial. No mesmo lugar onde, num saudoso passado, já estiveram Julia, Penny, Pepper e Hill, Lucy repousava tranqüila.

A mais velha de todas.

Não podia ouvir, nem falar, mas ele percebia que ela mal podia se conter. Isso aumentou a ansiedade de Diego, que, naquele dia, já estava muito grande. Agarrou o braço de Lucy sem cerimônias e levou-a consigo para o quarto dele, sem dar nenhuma explicação. Ela seguiu-o, dócil.

Quando chegaram ao quarto, ele abraçou-a forte e se atirou na cama com ela. Houve um pequenino som de protesto, e o garoto apressou-se em colocá-la em posição mais confortável. Após um rápido afago, um zíper foi puxado e o vestido preto e justo de Lucy foi atirado displicentemente para o lado.

Agora sim!

Como eram belas aquelas curvas! Como aquela visão o encantava!

Diego começou tocando levemente os cabelos dela. Lucy gemeu melodiosamente. Aquilo fez o corpo todo do garoto tremer de satisfação. Um novo toque e o mesmo som. “Você gosta de me provocar, não gosta? Sabe bem que a Cris não está aqui. Bobo daquele que diz que você não percebe nada...” Sentou Lucy em seu colo e passou a fazer-lhe cócegas leves na barriga. O gemido se tornou ainda mais suave, quase um ronrom. “Sua malandra! Sabe que a Cris tem muito ciúme de você? O que ela diria se nos visse agora? Ou melhor, o que faria? Ela não é do tipo de ladrar muito... Ela morde, Lucy.” Alheia aos pensamentos de Diego, Lucy continuava abandonada a suas carícias, correspondendo com os sons que o garoto tanto adorava.

Com Lucy, o tempo e o espaço pareciam se distorcer aos poucos. A cama e o quarto eram tão grandes quanto o Universo, o tempo fluía em velocidades diferentes para cada momento. Céus de marmelada. Flores de celofane. Táxis de jornal.

Caleidoscópio. Um grande caleidoscópio.

Os minutos com ela logo se converteram em horas, e não foi sem alarme que Diego constatou que já eram seis horas. “Ficamos até tarde hoje! Logo darão por sua falta!” Ainda acariciou-a, deitada em seu colo. Sem pressa, o vestido foi reposto e eles voltaram se arrastando para o quarto de Lucy.

“Cris não vai ficar brava comigo, se descobrir, vai? Sei que vai entender. Faço isso porque a amo. E, sem ela aqui, só passando muito tempo com a Lucy para suportar sua ausência. Lucy não é concorrente da Cris. É sua suplente.”

Deitou Lucy muito suavemente em seu lugar, jurando que ainda encontraria um modo de não permitir que outras mãos, que não as dele, tocassem-na. “Você é minha, Lucy. Sabe disso.” Ele não queria as outras que o esperavam, cheias de desejo de trabalhar. Nem chegavam aos pés da mais velha. Seus nomes não lhe diziam nada. Elas não eram nada para ele.

A porta foi trancada novamente e Diego se afastou. Os pensamentos com a noiva se alternavam com os pensamentos com ela.

Lucy.

Sua companheira de solidão.

O alívio de seus desejos.

Sua eterna amante.

Lucy.

A melhor guitarra do Conservatório.

terça-feira, julho 01, 2008

Ainda falando em Bram & Vlad...

# Acabei de atualizar o blog, enfim! Faltam, óbvio, alguns detalhes, como links de amigos que ainda não pus, e outras "coisitas", mas está lá.

# Mas a maior novidade é que vou conseguir uma periodicidade decente! \o/ Toda semana tem Bram & Vlad, agora. Se a maré de inspiração continuar, talvez eu consiga duas por semana. \o/

# Então, toda... hum... vá lá, toda quinta-feira tem tira nova dos garotos. =3

# E não se esqueçam de visitar: http://bramevlad.blogspot.com/

sexta-feira, junho 20, 2008

Blog do Bram e do Vlad atualizado

# O título diz tudo. Finalmente, dou a garrafada inicial do blog onde estou hospedando as tirinhas do Bram e do Vlad. Sabem como é, se eu colocasse aqui, ia virar uma bagunça só. Lá, pelo menos, ninguém se perde ao procurar as tiras.

# O link taí. Em breve, Strix e cia. vão dar uma volta por lá, também. :D

# Divirtam-se. ^^

http://bramevlad.blogspot.com

# Amostra grátis dos meninos neste post.

Vida de sem-teto

# Gente, gente! Como eu fui capaz de abandonar o Corujando assim? T_T

# (Abandonando, oras. =p)

# Na verdade, isso foi obra de uma longa saga que ainda não terminou completamente. Tudo começou quando a dona do apartamento onde eu morava o pediu de volta para ela morar. Logo, numj belo fim de semana, as meninas da república e eu descobrimos que estávamos sem-teto. Não sei se comentei, em outra oportunidade, que moro perto do campus da UFMG. E as meninas arranjaram apartamento lá na Savassi, que fica a quilômetros daqui. :P Sem escolha (pena, porque gosto muito delas), tive que "abandonar" as meninas e ir morar nos fundos da casa da chefe do meu pai.

# Até que não posso reclamar. A casa lá era excelente, ficava do lado da piscina da casa "principal", era grande, confortável, etc, etc... Mas eu estava tendo que andar diariamente cerca de cinco ou seis quilômetros para pegar ônibus. -___-" Foram duas semanas em que eu só chegava em casa para tomar banho, encher o bucho e dormir, não necessariamente nessa ordem. :\

# Semana passada, bem em meio a um simpósio de Química, finalmente consegui um lugar pertinho do campus, numa outra república. Se aumentei quinhentos metros na minha caminhada anterior à experiência do ônibus, foi muito. Claro que o momento foi péssimo: simpósio, mudança e provas finais chegando, tudo ao mesmo tempo. É de enlouquecer. T_T

# Ainda estou sem internet em casa, mas as coisas começam a voltar ao normal. Desculpem a desaparecida, voltaremos com as postagens mais ou menos semanais logo, logo. ^^

# Bjins a todos.

quinta-feira, maio 08, 2008

Essa faculdade... Essa faculdade!

# Caramba! Fui uma tremenda desnaturada com o pobre do Corujando, mas por favor, me perdoem. Foi a faculdade que andou me apertando de um jeito que me impediu de olhar para qualquer outra coisa. T_T

# Vou colocar algo bem nonsense e muito despretensioso, é o tipo de coisa que a gente faz quando está sob pressão. :D

# Com vocês... A volta dos que não foram! O retorno de Dingo! :D


Uma investigação

Dingo está em seu escritório mexendo atentamente em seu computador. Entra uma cliente.

CLIENTE: Graças a Deus que você está aqui! Preciso que investigue um assassinato!
DINGO (resmungando): Que assassinato?
CLIENTE: Qualquer um!
DINGO: Mas hein?
CLIENTE: É que sempre quis ver um detetive em ação...
DINGO: Agora, não. Estou ocupado.
CLIENTE (voz de pidona): Por favor...
DINGO: Não.

A cliente mexe um dos pés, embaraçada. O detetive não pára de mexer no computador, com a testa franzida e ar solene.

CLIENTE: Por favor.
DINGO (assustando-se e, logo, se irritando): NÃO! Estou ocupado com algo muito sério. Dá pra ser depois?!
CLIENTE: Por favor.
DINGO: Não.
CLIENTE: Por favor.
DINGO: Não.
CLIENTE: Por favor.
DINGO: Não.

18762529236726 “Por favor.” “Não.” depois...

CLIENTE (inchando as bochechas): Ah, vai, só um crimezinho de nada, não seja mau, o que é que custa, anda sim, anda siiiim?

Dingo saca uma AK47 e fuzila a cliente. Levanta-se e vai até ela.

DINGO: Muito bem, muito bem... Temos um assassinato aqui. Vítima, a Cliente. Causa mortis, um único tiro de AK47. Motivo do crime, insistência irritante. Criminoso, eu. Caso encerrado. Com licença, vou pegar meus honorários.

Ele se abaixa e retira algumas notas da carteira da Cliente.

DINGO: Aaah... Nada como o silêncio para eu continuar meu truco on-line...

quinta-feira, março 27, 2008

Vamos brincar de bandeirantes?! \o/

# O que acontece quando Strix quer brincar?

# O texto é velhinho, mas não postei aqui, e é um crime que eu não poste coisas da loirinha aqui. Se bem que talvez fosse melhor postar esse texto no blog d'O Conservatório... Ah, deixa pra lá. =p

# Aí vai!



Os bandeirantes do Conservatório


A floresta era sombria, talvez pelo grande número de árvores, todas muito próximas umas das outras. A Natureza luxuriante pedia para ser desbravada.


Em uma clareira dessa floresta, o bravo bandeirante, incapaz de se mover, lança seu brado...

_SOCORROOOO!



_Que gritaria é essa, Derek?

Quando Strix ia visitar o Conservatório, Diego juntava suas revistinhas e se trancava no
banheiro. Daquela vez, porém, os gritos de Derek acabaram por despertar sua curiosidade. Afinal, o garoto agüentava calado todas as torturas... ou melhor, brincadeiras... a que Strix o submetia.

Aparentemente, daquela vez, a loirinha tinha se superado. Derek estava amarrado dos pés à cabeça ao encosto de uma cadeira da sala de estar, de pé e sem conseguir se mexer.

_Ah, Diego, é você... Pode me soltar?

_Ora, tenha dignidade! Você é um vampiro, arrebente as cordas.

_São aquelas cordas mágicas, que anulam poderes.

_Onde a Strix consegue essas coisas?

_Sei lá.

_Mas... Por que ela amarrou você?

_Foi o seguinte: estamos brincando de bandeirantes que procuram esmeraldas em Minas Gerais. A Strix é o Fernão Dias e eu sou o filho dele. Estávamos explorando a floresta, caçando, procurando esmeraldas e tal. Então, de repente, a Strix disse que tinha ouvido um ruído estranho e entrou por uma das salas de aula. Esperei um pouco. Quando fui olhar o que tinha acontecido, ela saiu de lá toda pelada, com o rosto pintado e uma corda na mão. Estava gritando que era uma tupinambá ou algo parecido. Isso não me cheirou bem. Tentei correr, mas ela me laçou pelo pescoço e me derrubou. Me puxou até aqui e me amarrou no encosto da cadeira. Como se não bastasse, começou a dançar em volta da cadeira, falando que ia me cozinhar. Depois, disse que ia buscar umas ervas na floresta e sumiu. Isso já faz um tempo, por isso, comecei a gritar.

_Essa garota tem sérios problemas... E que nó é esse?

Intrigado com o modo como a corda estava cruzada, Diego puxou uma das pontas do nó. Imediatamente, Derek soltou um gemido.

_Você apertou mais!

_Tô fazendo o que posso! Nunca vi um nó doido desse!

_SOLTE MEU FILHO, SELVAGEM MALDITO!

Diego e Derek levaram um susto. Strix surgira na porta da sala, apontando uma arma de água para Diego. Pelo menos, pensou o garoto, estava completamente vestida. Usava um chapéu e dois cintos masculinos cruzados no peito, imitando cartucheiras.

_Você ficou doida, menina?!

_BANG!

Ao “bang” se seguiu um esguicho da arma. Diego sentiu uma ardência ao ser atingido e um cheiro esquisito, que parecia ser...

_Alho?! Strix, você sabe que eu sou alérgico a essa porcaria...

_Estou dizendo para se afastar do garoto, ou vai comer chumbo da minha escopeta! Bang! Bang! Bang!

Enquanto dava novos esguichos de água com tempero, Strix foi se aproximando de Diego, que saiu correndo pela porta, tentando se desviar das rajadas. Seu rosto, que recebera a primeira carga, já estava vermelho.

_Vou contar para o seu pai!

_Isso! Fuja, pagão dos demônios! _ela ergueu os punhos para ele. Vendo que sumia no corredor, virou-se sorridente para Derek. _Está livre, meu filho.

Ela apenas puxou uma ponta da corda e o nó se desfez imediatamente, libertando o garoto.

_Como você fez isso?!

_É o nó do salteador, lembra? Um dos nós de escoteiro que o Lucius ensinou pra gente. Alôô? Uma ponta aperta o nó e a outra o desfaz, é fácil. Quer que eu demonstre?

_Já demonstrou, obrigado.

_Então vamos continuar a bandeira? Vou pegar essa corda, pode nos ser útil se os selvagens atacarem de novo.

Strix enrolou a corda e pendurou no ombro. Saíram andando pelos corredores sombrios do Conservatório, examinando o chão à procura de “esmeraldas”. Derek estava muito pensativo. Em certo instante, tomou coragem e abordou a irmã.

_Strix... Digo... Papai... Me responde uma coisa.

_Claro. O que é?

_Enquanto eu estava amarrado, lembrei do que a professora falou a respeito de bandeiras e bandeirantes e fiquei com uma dúvida... Fernão Dias não foi aquele cara que enforcou o próprio filho, por ter feito parte de uma rebelião da tropa?

Strix olhou para ele, para a corda no ombro, e a atirou para o lado com um sorriso amarelo.

_Estraga-prazeres!

segunda-feira, março 17, 2008

O fantasma da tendinite

# Quem mandou digitar demais? Agora, güenta! u_u

# O excesso de trabalho na faculdade dos últimos tempos, aliado com meu vício de escrever, acabou desencadeando uma dorzinha chata na mão esquerda que ameaçou virar algo mais sério.

# Tem um bocado de textos velhinhos que não postei aqui (preguiiiiiça!), mas, por ora, deixo vocês com as novíssimas tiras do Bram e do Vlad, que você encontra nesse link:


http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=44961404&tid=2588072289563240187&start=1


# Rita, muito obrigada por ter criado a comunidade. ^^

# Se você não tem orkut, pode ver no meu photobucket, mas ele é um pouquinho mais bagunçado. xDD


http://s236.photobucket.com/albums/ff209/adrianastrix/

quinta-feira, março 06, 2008

Zero dá as caras

# De vez em quando, escrevo fantasia também. :D

# Depois de ter escrito "O livro de Ezanyan", conto de fantasia não muito curto e não muito longo, que vocês podem ver
aqui, o Zero volta num mini-desafio proposto pela Rita com o tema "espada".

# Qualquer dia, juro que termino "Os Quatro Tiranos", o livro onde o rapaz aparece. Pena que tenho outros 44 projetos na fila... =3


A nobre arte da negociação
*
*
Depois de vagar por alguns dias com comida escassa e quase nenhum descanso, tudo o que Zero queria era uma boa noite de sono. Entrou na pequena estalagem e pediu um quarto e uma refeição.

_A refeição custa duas ryanitas _disse o dono, com indiferença.

_O QUÊ? Posso comprar a mesma refeição por um quarto desse preço em qualquer cidade vizinha!

_Podemos chegar a um acordo usando a nobre arte da negociação _a expressão do homem ainda era de desprezo total pelos demais seres vivos.

_Certo _Zero concordou, agastado. _Vamos negociar.

Ele tocou o cristal que parecia estar preso à carne de sua mão esquerda e fez uma espada quase de sua altura se materializar na mão direita. Colocou-a sobre o balcão.

_Dou meia ryanita nesse prato e quero algo para beber acompanhando _disse.

_Logo soube que era um fino negociante, senhor _o estalajadeiro se desmanchou em sorrisos. _Tome seu prato, senhor, e a bebida é por minha conta.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Recaída no vício

# Vocês sabem que tenho vício por avatares. O vício voltou. =p

# Esses avatares foram feitos no site do Skype. Lindinhos, não? O Diego está per-fei-to! *___*


# A Cris ficou mais ou menos. Ela está bonita demais e com os olhos muito pequenos. xD
# Nem dei zoom. =p










# O Edu e o Dani foram outros que ficaram fofos demais. *_* (Adoro dar zoom nos rapazes. xD)


# Strix e D não podem faltar. =3

# Por fim, vou dar uma colher de chá aos garotos. Podem babar na Helena à vontade. =3






Eu não devia estar aqui, mas já que estou...

# Estou com trabalho até o talo, mas encontro um tempinho para postar. Infelizmente, só para postar. Estou em dívida com vários blogs, mas acreditem: é por uma boa causa. T_T

# Esse foi um texto que a Rita fez com a Strix. Digam se não ficou muito Strix... =3


BRIAN, O SUJO
Por Rita Maria Felix da Silva


Na cantina da Faculdade de Bela Noite, situada na cidade do mesmo nome, Strix Van Allen estava sentada lendo “Preacher” e sorrindo entre os dentes numa seqüência com o vampiro Cassidy. Terminou uma latinha de suco de tomate e pediu outra.

De repente, porém, entrou Brian Frusher, ou “Brian, o sujo” como Strix o rebatizara tempos atrás. Um tipo que ela realmente odiava. Aprontara um horror com ela, uma brincadeira com uns caçadores de vampiro que quase custara a vida da moça. A vampira havia jurado que ainda se vingaria...

O pior em Brian era a presunção de, não importa o que aprontasse, as pessoas tinham que perdoá-lo, aceitá-lo e continuarem seus amigos. E a maioria, muito boba, concordava com isso. Mas não Strix. Brian puxou uma cadeira e, sem pedir licença, sentou-se a mesma mesa da vampira.

— E aí, “espinhosa”, como vai? — disse ele, pondo o sorriso mais canalha que pôde no rosto.

Strix odiava aquele apelido. Tirou o canudinho da boca e, sem desviar os olhos da revista, respondeu:

— Com a sua chegada, “sujo”, meu dia acaba de ficar péssimo.

— Ah, deixa de besteira— ironizou ele— Sei que sentiu minha falta. Até hoje acho que é doidinha por mim.

— “Sujo”, eu preferiria assar numa praia tropical a ser tocada por você.

Brian gargalhou:

— Ah, “Van Krompf”, a mesma piadista de sempre! E ainda magoada com aquela bobagem? Deixa eu te mostrar uma coisa. Olha só a honra.

“Van Krompf”... Um dos nomes perdidos de Strix. Um dos que ela mais detestava. Brian devia está muito ansioso para morrer ao falar uma coisa dessas.

— Olha aqui — mostrou Brian – e abriu sobre a mesa um saco que ele carregava — a maioria é bugiganga, mas isso aqui é o melhor roubo que já fiz.

Brian era um ladrão, algo que Strix simplesmente abominava (desde que um deles, três séculos atrás, roubou-lhe um pedaço da alma, o mesmo que foi parar na poção de beleza de uma bruxa da Dimensão Omni-reversa).

Strix arregalou-se ao ver uma espada feita a partir de uma liga de aço polinucleado (metal místico valiosíssimo no mercado negro de Bela Noite), em cuja lâmina havia diamantes incrustados e, no cabo, uma rosa desenhada com rubis.

— “Sujo”, sabe o que infernos é isso?

— Claro, “espinhosa”! Vou ficar rico. — e empunhou a espada brincando como se fosse uma criança — é um espada da Irmandade da Rosa, uma seita de guerreiros-feiticeiros-filosófos-assassinos da Dimensão Pentahexadecimal. Consegue imaginar o quanto vale uma coisa dessas?

Strix, ligeira, rememorou o que havia traduzido de um pergaminho pentahexadecimal, um tomo que ela conseguira no contrabando, desde que era um material proibido pela administração da Faculdade de Bela Noite. Rapidamente, fez alguns cálculos mentais e converteu as anotações sobre tempo que constavam ali para as medidas padrão da Faculdade. Brian roubara uma espada da Irmandade da Rosa... Que oportunidade maravilhosa!

— “Brian”, isso aí vale mais do que você pensa. Olha, por favor, me diz há quanto tempo você está com essa espada?

— Ei, por que a “espinhosa” ficou tão gentil de repente?

— Ah, é só curiosidade: me diz vai, e tenta ser bem preciso.

Brian realmente não entendeu, mas ver Strix tão gentil era algo que o surpreendia:

— Três dias... Duas horas e... — olhou para um relógio antigo na parede da cantina — Vinte e três minutos...

Strix olhou para o relógio no pulso e o rosto se encheu de felicidade.

— Ok. Ok. Que ótimo!

— Que alegria toda é essa?

— “Brian”, querido, se fizer só uma coisinha para mim, juro que vou contigo naquela viagem, a mesma pela qual você me atormenta há anos.

—Mesmo? O que foi que houve com você? Strix queria gargalhar, mas se conteve.

— Oh, “Brian”, meu fofo, é muito importante, é uma... Uma fantasia minha... Faz o que vou te pedir...

— Uma fantasia sexual? — indagou Brian enchendo-se de luxúria.

— É... É uma perversão, se você quiser chamar assim. Olha, não solta essa espada, segura-a bem alguns segundos. Só isso e você ganha de mim o que quiser.

— Jura?

— Juro, bobinho.

Strix fixou o olhar no relógio e começou a contar acompanhando o ponteiro. Três dias, duas horas, vinte e três minutos... Vinte e quatro minutos... Um segundo, dois, três, quatro... No décimo - quinto segundo, Brian Frusher e a espada foram dissolvidos numa explosão de luz negra.

Quando o efeito passou, Strix olhava para uma cadeira vazia. Ela sorriu. Um dos garçons, que ia atender um pedido de outra mesa, parou assombrado:

— Strix, o que diabos foi isso?

— Era o cafajeste do Brian, o sujo. Roubou uma espada da Irmandade da Rosa, da Dimensão Pentahexadecimal. Quase ninguém sabe mais essas armas têm um encantamento incorporado: desintegram-se três dias, duas horas, vinte e quatro minutos e quinze segundos depois de roubadas, levando junto quem estiver com elas.

— Mas eu escutei você jurando algo para ele...

— É. Uma mentirinha inocente e justificada. Esse peste me devia uma faz tempo. Agora, me traz outra latinha. Quero comemorar!

FIM

Notas: Dedicado a Adriana Rodrigues, a Strix Van Allen do mundo real. Strix Van Allen e a cidade de Bela Noite são personagens e conceitos da escritora Adriana Rodrigues, que autorizou seu uso para esta história.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

# Gentem! O Eduardinho e o Dani voltaram! A história é meio infantilzinha, mas acho que dá pra se divertir. ^^

# Bjins!


O sapateiro e os elfos

As portas e as cortinas já estavam fechadas. Daniel, Carina e Maria Santa olhavam seguidamente de Eduardo – que mantinha os olhos fechados - para o livro à frente dele. Não entendiam porque demorava tanto para ele abri-lo, mas não ousavam reclamar. Ainda mais porque sentiam um frio na barriga, uma estranha impressão de que algo estava sutilmente diferente do que sempre fora, apesar de não haver NADA de diferente no quarto.

_Tudo bem _o garoto abriu os olhos, de repente. _Estou pronto, e vocês?

_Já estamos prontos há meia hora! _Carina, a ruivinha, reclamou. _Anda logo!

Imperturbável, o garoto se virou para Maria e ela moveu a cabeça, mostrando algum medo nos grandes olhos castanhos. Depois, olhou para o irmão gêmeo, que fez um sinal de positivo. Sorrindo, tomou o livro encadernado em couro e abriu-o aleatoriamente. Todas as páginas estavam em branco.

_Bem, o Livro do Selo está aberto. Vamos?

Todos os quatro colocaram as mãos sobre as páginas brancas e pergamináceas. O papel antigo brilhou azulado e as crianças sentiram um tranco no umbigo, antes de tudo ao redor escurecer e perceberem que estavam caindo em alta velocidade.

Ninguém, no entanto, ficou assustado. Aquela nem de longe era a primeira vez. Daniel ensaiou algumas piruetas e tentou brincar com o irmão, mas recebeu uma livrada deste. A escuridão logo se dissipou, revelando um salão com colunas greco-romanas. Antes que batessem no chão, eles diminuíram bruscamente de velocidade e algo invisível os pôs em pé.

_Estão atrasados! _uma voz que se pretendia imponente ressoou pelo salão.

_Estava difícil eu me concentrar hoje _Eduardo respondeu, com azedume. _Que tem para nós hoje, Esfinge?

Um ser não muito maior que um labrador, que dava a impressão de ser um filhote gigante e alado de leão com maquiagem e adornos egípcios, saiu de trás de uma das colunas.

_Você já teve mais respeito comigo, garoto.

_E você já fez entradas menos desnecessariamente dramáticas.

_Certo, certo. Negócio é o seguinte, pirralhada: esse livro – pegou o dito com a boca e pôs na frente deles – está ficando totalmente em branco. Não é só a partir de uma página, como de costume, nem está com a história se modificando. Só desaparecendo completamente. É quase certo que seja alguém com uma peça do Selo. As instruções são as de sempre: se infiltrem na história e ponham a peça de volta no Livro do Selo. Nada a acrescentar.

_“O sapateiro e os anõezinhos”... _leu Daniel com alguma dificuldade. _Que história é essa?

_É um conto de fadas dos irmãos Grimm _esclareceu o irmão. _Mal traduzido por sinal. Em inglês é “The shoemaker and the elves”: não são anões, são elfos. Devem estar se mordendo por serem confundidos com seus maiores rivais...

_Deixe Tolkien fora disso, Eduardo _Esfinge interrompeu. _Vocês vão ou não? Além disso, você sabe tão bem quanto eu que elfos não são pequeninos.

_Deixe você a mitologia nórdica longe disso _o menino não se fez de rogado. _Você sabe que “elfos” abrange uma gama enorme de criaturas fantásticas. E Shakespeare criou um precedente para elfos pequeninos em “Sonhos de uma Noite de Verão”. _Sem fazer pausa, virou-se para Carina: _Coloque o livro no pedestal, por favor.

A menina pegou “O sapateiro e os anõezinhos” e o pôs em um pedestal que ficava em frente a um grande portal vazio. O portal brilhou e os quatro passaram por ele, com os olhos fechados.
Abriram novamente, descobrindo-se num vasto chão de madeira. Maria deu um gritinho.

_Olhem para a gente!

Os garotos olharam para si mesmos e se assustaram: as roupas estavam em frangalhos e eles tinham orelhas pontudas.

_Acho que somos elfos _Eduardo torceu o nariz. _É a única forma de nos infiltrarmos na história sem sermos vistos, na verdade.

_Ei, olhem!

Daniel estalou os dedos, desapareceu e foi parar do lado de Carina. Estalou os dedos de novo e surgiu ao lado de Eduardo.

_Não é legal? _disse, contente.

_Trivial _comentou o irmão. _Você é um elfo de contos de fadas, maninho. Como acha que as pessoas nunca conseguem vê-los? Olhem, os elfos verdadeiros estão trabalhando ali.

Daniel rolou os olhos, fazendo o movimento labial de “chato”. Carina viu e deu uma risadinha abafada.

_E o que estão fazendo? _Maria perguntou, antes que Eduardo percebesse o motivo da risada.

_Fazendo um sapato. Vocês não conhecem a história, certo? Resumidamente, um sapateiro muito bom e muito pobre não progride na profissão. Uma noite, deixou a última tira de couro e as ferramentas sobre a mesa. Quando acordou, o sapato estava pronto. Isso se repetiu por meses, até ele enriquecer. Então, ele e a mulher resolveram se esconder no guarda-roupa para ver quem os ajudava. Descobriu que homenzinhos faziam o serviço, mas eram mal-vestidos. Então, quiseram ajudá-los fazendo roupinhas para eles. Eles as usaram, ficaram muito satisfeitos e nunca mais apareceram. Fim.

_E qual é a moral da história? _perguntou Daniel, coçando a cabeça.

_A verdadeira moral é que, se você der roupas a um elfo, ele pára de trabalhar pra você. Mas, nos livros de escola, você deve encontrar alguma baboseira melosa sobre generosidade.

_E gente... _Carina disse. _Cadê a Maria? Ela tava aqui nesse segundo.

Correram os olhos e foram encontrar a garota puxando um fio enorme junto com outros elfos, enquanto tagarelava animada.

_Maria! _Eduardo chamou. _O que está fazendo? Não é hora para brincar!

_Não estou brincando, estou ajudando a fazer o sapato. A Hildegard aqui _apontou uma elfa que manipulava a agulha, quase do tamanho dela _disse que eles estão com um problema sério: passam a noite inteira fazendo sapatos e, quando o sapateiro acorda, o sapato sumiu. Essa é a última vez que vão tentar. Se continuarem sumindo, vão desistir.

_Maria... _Eduardo começou, áspero, e todos se encolheram, esperando a patada _...Você é um gênio! Descobriu por que a história está sumindo!

_D-Descobri?

_Claro! Se o sapateiro não recebe os sapatos, a história some, por que não existe o que relatar! Só precisamos pegar quem está sumindo com os sapatos. Provavelmente é quem está com o pedaço do Selo.

Daniel suspirou alto.

_Por que nunca podemos brincar à toa nos livros? Por que temos sempre que ficar catando essas partes do Selo que uns personagens doidos pegaram pra ficarem mais fortes e mudarem suas histórias?

_Correção: EU tenho que encontrar as partes do Selo, vocês vêm de enxeridos. Agora, chega de nhenhenhém, vamos fazer como a Maria: trabalhar junto com os elfos e ver o que descobrimos.


***


_Tô exausto! _reclamou Daniel, sentando-se sobre um botão. _Não agüento mais pregar sola.

_Eu também! _as meninas fizeram eco.

_O dia já vai raiar _Eduardo disse, de pé, como se não tivesse trabalhado tanto quanto os outros. _Os elfos já estão indo, temos que nos postar em algum lugar para vigiar o par de sapatos. Trabalhamos duro nele, vão deixar que roubem?

_Podemos dormir, primeiro? _perguntou Carina.

_E fazer um lanchinho! _completou Daniel.

_Nem descanso, nem lanchinho! _o menino trovejou. _Levantem, agora! Dani, você fica atrás daquele martelo. Carina, fique com ele. Maria, você fica aqui. Eu vou para trás daquelas ferramentas. Fiquem acordados! E atentos!

A espera foi ainda mais penosa por conta do sono e da fome. E eles nem sabiam o que, exatamente, estavam esperando.

As primeiras claridades da madrugada já se pintavam pela janela. Cansado, Daniel chegou a dar uma pescada. Um ruído, porém, logo o despertou. Levantando a cabeça com cuidado, viu um elfo se esgueirando para perto do sapato. Tinha um ar tão culpado que, mal fez um gesto mais brusco, três crianças disfarçadas de elfos caíram sobre ele.

_Mas o que é isso?!

_Você está tentando roubar o sapato, não está? _Daniel perguntou, segurando os ombros do elfo.

_Só estou cansado de ser mais um elfo entre tantos _ele disse, tranqüilamente. _Vocês também não estão cansados de só trabalhar feito condenados e não receber nem um “obrigado” em troca? Eu estou! Estou vendendo esse sapato para outro sapateiro. Rende um bom ouro! Se não falarem nada, podemos dividir o que vou ganhar com esse.

_Se bem me lembro _Eduardo pigarreou, de algum lugar do escuro _“O Sapateiro e os Anõezinhos” tem alguma coisa a ver com generosidade.

_Vocês vão aceitar ou não? Se não aceitarem, vou ter que calar vocês de outro jeito.

As lentes redondas dos óculos do garoto brilharam na escuridão.

_Faça-o.

O elfo tirou do bolso algo que parecia um pedaço de papel, mas era furta-cor. Engoliu-o e ficou, então, maior e com garras e dentes afiados.

_Maninho, ele tá com um pedaço do Selo! _Daniel gritou o óbvio.

_Eu sei. Sai do caminho.

_Mas por quê?

_SAI! E você! _o elfo assustador olhou o garoto, surpreso. _PENSA RÁPIDO!

Assim que falava, Eduardo atirou o livro de couro que carregava no elfo. Ele segurou-o e riu:

_Esse livro é bem pesadinho, mas me atingir com ele... Você é mesmo muito ingênuo...

_Ingênuo? Eu? _perguntou Eduardo. _Talvez.

O Livro do Selo começou a brilhar forte e o elfo vomitou o papel furta-cor. O papel foi sugado pelo livro, que se fechou e voltou para as mãos de Eduardo.

_Adoro ser ingênuo _o garoto comentou, com um sorriso de canto de boca.

O Sol finalmente saiu, e, com ele, o sapateiro apareceu para trabalhar. O elfo mau sumiu com um estalo e os quatro acharam que era hora de fazer o mesmo.


***


_Bom trabalho.

_Obrigada, Esfinge _Maria sorriu.

_Fizemos a nossa obrigação _Eduardo resmungou.

_O livro já voltou ao normal? _perguntou Daniel.

_Veja você mesmo... _Esfinge apontou o livro no pedestal, com o focinho.

Os quatro abriram “O Sapateiro e os Anõezinhos”, curiosos. O livro parecia ter voltado ao normal, exceto por...

_O que é isso?!

A gravura mostrando um dos sapatos que o sapateiro recebeu dos elfos mostrava agora um tênis All Star.

_Agora entendi por que eles não tiravam os olhos do meu pé... _Daniel riu, antes que Eduardo o puxasse para fora do mundo dos livros.

terça-feira, janeiro 29, 2008

E esse blog renasce das cinzas!

# Já tinha um tempaço que eu não postava, mas foi porque entrei de férias e o Corujando entrou junto. xD Vou tentar não abandonar o pobrezinho do blog de novo. =3

# Estou terminando uma aventura do Eduardinho e do Dani, mas, antes, quero postar esse texto da Rita. Gostei muito dele, e coloco aqui para apreciarem também.


VALÉRIA E VITÓRIA
Por Rita Maria Felix da Silva


Era uma vez duas irmãs, Valéria e Vitória.

Na adolescência, descobriram alguns detalhes sobre elas próprias, o que impulsionou cada uma a seguir seu próprio caminho neste mundo, em parte para provarem uma à outra, mas, acima de tudo, a si mesmas, seus pontos de vista:

Não eram divergências sobre gostos, cores ou religiões. Vitória idolatrava a força, a agressividade, o conflito, o impulso humano de tomar e conquistar tudo ao alcance. Considerava isso a melhor característica da humanidade, a que levaria esta espécie a um paraíso neste planeta, uma terra de fortes, onde os fracos ou se tornariam fortes também ou se curvariam a estes.

Valéria discordava da irmã. Por acreditar na harmonia, na gentileza, na docilidade, advertia que o caminho do conflito e da selvageria terminava numa tragédia.

- E o seu modo? - enfurecia-se Vitória - O que traz no final? Uma terra de ovelhas inúteis, temerosas e fracas, incapazes de alcançar o verdadeiro potencial humano.

Valéria preferia não responder e, com o tempo, desistiu de tentar convencer a irmã. Isto caberia ao destino, não a ela.

Ambas também perceberam que eram imortais, não metafórica, mas literalmente. Custou-lhes acreditar e aceitar isto, mas a realidade não podia ser negada.

Então, conforme foi dito, seguiram cada uma sua própria estrada.

Vitória perseguiu conflitos, guerras, grandes líderes militares, ditadores, presidentes de corporações, e onde houvesse batalha e discórdia, mortes e destruição, lá ia ela, repetindo para si mesma que estava certa. Valéria procurou por sábios e santos, pacificadores e iluminados. Buscou tanta sabedoria quando pôde e, se alguém desejava a paz, a conciliação entre pessoas ou povos, muito provavelmente, ela estaria por perto. Às vezes, ainda orava para que a irmã enxergasse a verdade.

E a vida na Terra seguiu. Porém, os conflitos, a ganância e a discórdia cresceram entre a humanidade e um dia... Bem, um dia o fim do mundo chegou.

Então Valéria reencontrou a irmã, que estava ajoelhada, chorando entre as ruínas. Tocou-lhe o ombro e disse:

- Vitória...

- Você... — disse Vitória irritada e envergonhada — vai zombar agora, não é, gritar que estava certa que meu caminho só podia levar a isso? Pode rir, satisfaça seu ego... Acho que mereço.

Valéria poderia responder uma infinidade de coisas, mas sentiu pena da irmã e a sabedoria em seu coração guiou-lhe para que dissesse exatamente isto:

— De que adiantaria rir de você? Tome minha mão. Levante. Venha comigo. Vou caminhar entre as ruínas, os cadáveres, o fogo e a morte, sob esse céu, agora para sempre escuro, neste mundo morto, respirando um ar mais que poluído e infecto. Quero meditar sobre todo este horror e talvez encontrar algum significado maior. Te convido a me acompanhar. Afinal, vamos passar a eternidade juntas, não é mesmo?

E Vitória enxugou as lágrimas, segurou a mão da irmã, levantou-se e, em silêncio, aceitou o convite. Em respeito à dor da outra, Valéria nada disse.

FIM

Dedicado a Cris Maggot