quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Recaída no vício

# Vocês sabem que tenho vício por avatares. O vício voltou. =p

# Esses avatares foram feitos no site do Skype. Lindinhos, não? O Diego está per-fei-to! *___*


# A Cris ficou mais ou menos. Ela está bonita demais e com os olhos muito pequenos. xD
# Nem dei zoom. =p










# O Edu e o Dani foram outros que ficaram fofos demais. *_* (Adoro dar zoom nos rapazes. xD)


# Strix e D não podem faltar. =3

# Por fim, vou dar uma colher de chá aos garotos. Podem babar na Helena à vontade. =3






Eu não devia estar aqui, mas já que estou...

# Estou com trabalho até o talo, mas encontro um tempinho para postar. Infelizmente, só para postar. Estou em dívida com vários blogs, mas acreditem: é por uma boa causa. T_T

# Esse foi um texto que a Rita fez com a Strix. Digam se não ficou muito Strix... =3


BRIAN, O SUJO
Por Rita Maria Felix da Silva


Na cantina da Faculdade de Bela Noite, situada na cidade do mesmo nome, Strix Van Allen estava sentada lendo “Preacher” e sorrindo entre os dentes numa seqüência com o vampiro Cassidy. Terminou uma latinha de suco de tomate e pediu outra.

De repente, porém, entrou Brian Frusher, ou “Brian, o sujo” como Strix o rebatizara tempos atrás. Um tipo que ela realmente odiava. Aprontara um horror com ela, uma brincadeira com uns caçadores de vampiro que quase custara a vida da moça. A vampira havia jurado que ainda se vingaria...

O pior em Brian era a presunção de, não importa o que aprontasse, as pessoas tinham que perdoá-lo, aceitá-lo e continuarem seus amigos. E a maioria, muito boba, concordava com isso. Mas não Strix. Brian puxou uma cadeira e, sem pedir licença, sentou-se a mesma mesa da vampira.

— E aí, “espinhosa”, como vai? — disse ele, pondo o sorriso mais canalha que pôde no rosto.

Strix odiava aquele apelido. Tirou o canudinho da boca e, sem desviar os olhos da revista, respondeu:

— Com a sua chegada, “sujo”, meu dia acaba de ficar péssimo.

— Ah, deixa de besteira— ironizou ele— Sei que sentiu minha falta. Até hoje acho que é doidinha por mim.

— “Sujo”, eu preferiria assar numa praia tropical a ser tocada por você.

Brian gargalhou:

— Ah, “Van Krompf”, a mesma piadista de sempre! E ainda magoada com aquela bobagem? Deixa eu te mostrar uma coisa. Olha só a honra.

“Van Krompf”... Um dos nomes perdidos de Strix. Um dos que ela mais detestava. Brian devia está muito ansioso para morrer ao falar uma coisa dessas.

— Olha aqui — mostrou Brian – e abriu sobre a mesa um saco que ele carregava — a maioria é bugiganga, mas isso aqui é o melhor roubo que já fiz.

Brian era um ladrão, algo que Strix simplesmente abominava (desde que um deles, três séculos atrás, roubou-lhe um pedaço da alma, o mesmo que foi parar na poção de beleza de uma bruxa da Dimensão Omni-reversa).

Strix arregalou-se ao ver uma espada feita a partir de uma liga de aço polinucleado (metal místico valiosíssimo no mercado negro de Bela Noite), em cuja lâmina havia diamantes incrustados e, no cabo, uma rosa desenhada com rubis.

— “Sujo”, sabe o que infernos é isso?

— Claro, “espinhosa”! Vou ficar rico. — e empunhou a espada brincando como se fosse uma criança — é um espada da Irmandade da Rosa, uma seita de guerreiros-feiticeiros-filosófos-assassinos da Dimensão Pentahexadecimal. Consegue imaginar o quanto vale uma coisa dessas?

Strix, ligeira, rememorou o que havia traduzido de um pergaminho pentahexadecimal, um tomo que ela conseguira no contrabando, desde que era um material proibido pela administração da Faculdade de Bela Noite. Rapidamente, fez alguns cálculos mentais e converteu as anotações sobre tempo que constavam ali para as medidas padrão da Faculdade. Brian roubara uma espada da Irmandade da Rosa... Que oportunidade maravilhosa!

— “Brian”, isso aí vale mais do que você pensa. Olha, por favor, me diz há quanto tempo você está com essa espada?

— Ei, por que a “espinhosa” ficou tão gentil de repente?

— Ah, é só curiosidade: me diz vai, e tenta ser bem preciso.

Brian realmente não entendeu, mas ver Strix tão gentil era algo que o surpreendia:

— Três dias... Duas horas e... — olhou para um relógio antigo na parede da cantina — Vinte e três minutos...

Strix olhou para o relógio no pulso e o rosto se encheu de felicidade.

— Ok. Ok. Que ótimo!

— Que alegria toda é essa?

— “Brian”, querido, se fizer só uma coisinha para mim, juro que vou contigo naquela viagem, a mesma pela qual você me atormenta há anos.

—Mesmo? O que foi que houve com você? Strix queria gargalhar, mas se conteve.

— Oh, “Brian”, meu fofo, é muito importante, é uma... Uma fantasia minha... Faz o que vou te pedir...

— Uma fantasia sexual? — indagou Brian enchendo-se de luxúria.

— É... É uma perversão, se você quiser chamar assim. Olha, não solta essa espada, segura-a bem alguns segundos. Só isso e você ganha de mim o que quiser.

— Jura?

— Juro, bobinho.

Strix fixou o olhar no relógio e começou a contar acompanhando o ponteiro. Três dias, duas horas, vinte e três minutos... Vinte e quatro minutos... Um segundo, dois, três, quatro... No décimo - quinto segundo, Brian Frusher e a espada foram dissolvidos numa explosão de luz negra.

Quando o efeito passou, Strix olhava para uma cadeira vazia. Ela sorriu. Um dos garçons, que ia atender um pedido de outra mesa, parou assombrado:

— Strix, o que diabos foi isso?

— Era o cafajeste do Brian, o sujo. Roubou uma espada da Irmandade da Rosa, da Dimensão Pentahexadecimal. Quase ninguém sabe mais essas armas têm um encantamento incorporado: desintegram-se três dias, duas horas, vinte e quatro minutos e quinze segundos depois de roubadas, levando junto quem estiver com elas.

— Mas eu escutei você jurando algo para ele...

— É. Uma mentirinha inocente e justificada. Esse peste me devia uma faz tempo. Agora, me traz outra latinha. Quero comemorar!

FIM

Notas: Dedicado a Adriana Rodrigues, a Strix Van Allen do mundo real. Strix Van Allen e a cidade de Bela Noite são personagens e conceitos da escritora Adriana Rodrigues, que autorizou seu uso para esta história.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

# Gentem! O Eduardinho e o Dani voltaram! A história é meio infantilzinha, mas acho que dá pra se divertir. ^^

# Bjins!


O sapateiro e os elfos

As portas e as cortinas já estavam fechadas. Daniel, Carina e Maria Santa olhavam seguidamente de Eduardo – que mantinha os olhos fechados - para o livro à frente dele. Não entendiam porque demorava tanto para ele abri-lo, mas não ousavam reclamar. Ainda mais porque sentiam um frio na barriga, uma estranha impressão de que algo estava sutilmente diferente do que sempre fora, apesar de não haver NADA de diferente no quarto.

_Tudo bem _o garoto abriu os olhos, de repente. _Estou pronto, e vocês?

_Já estamos prontos há meia hora! _Carina, a ruivinha, reclamou. _Anda logo!

Imperturbável, o garoto se virou para Maria e ela moveu a cabeça, mostrando algum medo nos grandes olhos castanhos. Depois, olhou para o irmão gêmeo, que fez um sinal de positivo. Sorrindo, tomou o livro encadernado em couro e abriu-o aleatoriamente. Todas as páginas estavam em branco.

_Bem, o Livro do Selo está aberto. Vamos?

Todos os quatro colocaram as mãos sobre as páginas brancas e pergamináceas. O papel antigo brilhou azulado e as crianças sentiram um tranco no umbigo, antes de tudo ao redor escurecer e perceberem que estavam caindo em alta velocidade.

Ninguém, no entanto, ficou assustado. Aquela nem de longe era a primeira vez. Daniel ensaiou algumas piruetas e tentou brincar com o irmão, mas recebeu uma livrada deste. A escuridão logo se dissipou, revelando um salão com colunas greco-romanas. Antes que batessem no chão, eles diminuíram bruscamente de velocidade e algo invisível os pôs em pé.

_Estão atrasados! _uma voz que se pretendia imponente ressoou pelo salão.

_Estava difícil eu me concentrar hoje _Eduardo respondeu, com azedume. _Que tem para nós hoje, Esfinge?

Um ser não muito maior que um labrador, que dava a impressão de ser um filhote gigante e alado de leão com maquiagem e adornos egípcios, saiu de trás de uma das colunas.

_Você já teve mais respeito comigo, garoto.

_E você já fez entradas menos desnecessariamente dramáticas.

_Certo, certo. Negócio é o seguinte, pirralhada: esse livro – pegou o dito com a boca e pôs na frente deles – está ficando totalmente em branco. Não é só a partir de uma página, como de costume, nem está com a história se modificando. Só desaparecendo completamente. É quase certo que seja alguém com uma peça do Selo. As instruções são as de sempre: se infiltrem na história e ponham a peça de volta no Livro do Selo. Nada a acrescentar.

_“O sapateiro e os anõezinhos”... _leu Daniel com alguma dificuldade. _Que história é essa?

_É um conto de fadas dos irmãos Grimm _esclareceu o irmão. _Mal traduzido por sinal. Em inglês é “The shoemaker and the elves”: não são anões, são elfos. Devem estar se mordendo por serem confundidos com seus maiores rivais...

_Deixe Tolkien fora disso, Eduardo _Esfinge interrompeu. _Vocês vão ou não? Além disso, você sabe tão bem quanto eu que elfos não são pequeninos.

_Deixe você a mitologia nórdica longe disso _o menino não se fez de rogado. _Você sabe que “elfos” abrange uma gama enorme de criaturas fantásticas. E Shakespeare criou um precedente para elfos pequeninos em “Sonhos de uma Noite de Verão”. _Sem fazer pausa, virou-se para Carina: _Coloque o livro no pedestal, por favor.

A menina pegou “O sapateiro e os anõezinhos” e o pôs em um pedestal que ficava em frente a um grande portal vazio. O portal brilhou e os quatro passaram por ele, com os olhos fechados.
Abriram novamente, descobrindo-se num vasto chão de madeira. Maria deu um gritinho.

_Olhem para a gente!

Os garotos olharam para si mesmos e se assustaram: as roupas estavam em frangalhos e eles tinham orelhas pontudas.

_Acho que somos elfos _Eduardo torceu o nariz. _É a única forma de nos infiltrarmos na história sem sermos vistos, na verdade.

_Ei, olhem!

Daniel estalou os dedos, desapareceu e foi parar do lado de Carina. Estalou os dedos de novo e surgiu ao lado de Eduardo.

_Não é legal? _disse, contente.

_Trivial _comentou o irmão. _Você é um elfo de contos de fadas, maninho. Como acha que as pessoas nunca conseguem vê-los? Olhem, os elfos verdadeiros estão trabalhando ali.

Daniel rolou os olhos, fazendo o movimento labial de “chato”. Carina viu e deu uma risadinha abafada.

_E o que estão fazendo? _Maria perguntou, antes que Eduardo percebesse o motivo da risada.

_Fazendo um sapato. Vocês não conhecem a história, certo? Resumidamente, um sapateiro muito bom e muito pobre não progride na profissão. Uma noite, deixou a última tira de couro e as ferramentas sobre a mesa. Quando acordou, o sapato estava pronto. Isso se repetiu por meses, até ele enriquecer. Então, ele e a mulher resolveram se esconder no guarda-roupa para ver quem os ajudava. Descobriu que homenzinhos faziam o serviço, mas eram mal-vestidos. Então, quiseram ajudá-los fazendo roupinhas para eles. Eles as usaram, ficaram muito satisfeitos e nunca mais apareceram. Fim.

_E qual é a moral da história? _perguntou Daniel, coçando a cabeça.

_A verdadeira moral é que, se você der roupas a um elfo, ele pára de trabalhar pra você. Mas, nos livros de escola, você deve encontrar alguma baboseira melosa sobre generosidade.

_E gente... _Carina disse. _Cadê a Maria? Ela tava aqui nesse segundo.

Correram os olhos e foram encontrar a garota puxando um fio enorme junto com outros elfos, enquanto tagarelava animada.

_Maria! _Eduardo chamou. _O que está fazendo? Não é hora para brincar!

_Não estou brincando, estou ajudando a fazer o sapato. A Hildegard aqui _apontou uma elfa que manipulava a agulha, quase do tamanho dela _disse que eles estão com um problema sério: passam a noite inteira fazendo sapatos e, quando o sapateiro acorda, o sapato sumiu. Essa é a última vez que vão tentar. Se continuarem sumindo, vão desistir.

_Maria... _Eduardo começou, áspero, e todos se encolheram, esperando a patada _...Você é um gênio! Descobriu por que a história está sumindo!

_D-Descobri?

_Claro! Se o sapateiro não recebe os sapatos, a história some, por que não existe o que relatar! Só precisamos pegar quem está sumindo com os sapatos. Provavelmente é quem está com o pedaço do Selo.

Daniel suspirou alto.

_Por que nunca podemos brincar à toa nos livros? Por que temos sempre que ficar catando essas partes do Selo que uns personagens doidos pegaram pra ficarem mais fortes e mudarem suas histórias?

_Correção: EU tenho que encontrar as partes do Selo, vocês vêm de enxeridos. Agora, chega de nhenhenhém, vamos fazer como a Maria: trabalhar junto com os elfos e ver o que descobrimos.


***


_Tô exausto! _reclamou Daniel, sentando-se sobre um botão. _Não agüento mais pregar sola.

_Eu também! _as meninas fizeram eco.

_O dia já vai raiar _Eduardo disse, de pé, como se não tivesse trabalhado tanto quanto os outros. _Os elfos já estão indo, temos que nos postar em algum lugar para vigiar o par de sapatos. Trabalhamos duro nele, vão deixar que roubem?

_Podemos dormir, primeiro? _perguntou Carina.

_E fazer um lanchinho! _completou Daniel.

_Nem descanso, nem lanchinho! _o menino trovejou. _Levantem, agora! Dani, você fica atrás daquele martelo. Carina, fique com ele. Maria, você fica aqui. Eu vou para trás daquelas ferramentas. Fiquem acordados! E atentos!

A espera foi ainda mais penosa por conta do sono e da fome. E eles nem sabiam o que, exatamente, estavam esperando.

As primeiras claridades da madrugada já se pintavam pela janela. Cansado, Daniel chegou a dar uma pescada. Um ruído, porém, logo o despertou. Levantando a cabeça com cuidado, viu um elfo se esgueirando para perto do sapato. Tinha um ar tão culpado que, mal fez um gesto mais brusco, três crianças disfarçadas de elfos caíram sobre ele.

_Mas o que é isso?!

_Você está tentando roubar o sapato, não está? _Daniel perguntou, segurando os ombros do elfo.

_Só estou cansado de ser mais um elfo entre tantos _ele disse, tranqüilamente. _Vocês também não estão cansados de só trabalhar feito condenados e não receber nem um “obrigado” em troca? Eu estou! Estou vendendo esse sapato para outro sapateiro. Rende um bom ouro! Se não falarem nada, podemos dividir o que vou ganhar com esse.

_Se bem me lembro _Eduardo pigarreou, de algum lugar do escuro _“O Sapateiro e os Anõezinhos” tem alguma coisa a ver com generosidade.

_Vocês vão aceitar ou não? Se não aceitarem, vou ter que calar vocês de outro jeito.

As lentes redondas dos óculos do garoto brilharam na escuridão.

_Faça-o.

O elfo tirou do bolso algo que parecia um pedaço de papel, mas era furta-cor. Engoliu-o e ficou, então, maior e com garras e dentes afiados.

_Maninho, ele tá com um pedaço do Selo! _Daniel gritou o óbvio.

_Eu sei. Sai do caminho.

_Mas por quê?

_SAI! E você! _o elfo assustador olhou o garoto, surpreso. _PENSA RÁPIDO!

Assim que falava, Eduardo atirou o livro de couro que carregava no elfo. Ele segurou-o e riu:

_Esse livro é bem pesadinho, mas me atingir com ele... Você é mesmo muito ingênuo...

_Ingênuo? Eu? _perguntou Eduardo. _Talvez.

O Livro do Selo começou a brilhar forte e o elfo vomitou o papel furta-cor. O papel foi sugado pelo livro, que se fechou e voltou para as mãos de Eduardo.

_Adoro ser ingênuo _o garoto comentou, com um sorriso de canto de boca.

O Sol finalmente saiu, e, com ele, o sapateiro apareceu para trabalhar. O elfo mau sumiu com um estalo e os quatro acharam que era hora de fazer o mesmo.


***


_Bom trabalho.

_Obrigada, Esfinge _Maria sorriu.

_Fizemos a nossa obrigação _Eduardo resmungou.

_O livro já voltou ao normal? _perguntou Daniel.

_Veja você mesmo... _Esfinge apontou o livro no pedestal, com o focinho.

Os quatro abriram “O Sapateiro e os Anõezinhos”, curiosos. O livro parecia ter voltado ao normal, exceto por...

_O que é isso?!

A gravura mostrando um dos sapatos que o sapateiro recebeu dos elfos mostrava agora um tênis All Star.

_Agora entendi por que eles não tiravam os olhos do meu pé... _Daniel riu, antes que Eduardo o puxasse para fora do mundo dos livros.