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# [Momento stress]
# Ai, tô doida pras férias começarem de vez! Ainda não consegui relaxar sem as malditas notas de Físico-Química!
# [Fim do momento stress]
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# Bjins!
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Os Arquivos do Dr. Oswaldo
Arquivo 013: o caso da décima terceira vítima
Arquivo 013: o caso da décima terceira vítima
Escolhi essa história por me parecer a mais adequada para ser arquivada como 13. Somente muito tempo mais tarde foi que um paranormal que conheci, ao visitar aquele lugar, teria uma visão parcial dos fatos que se sucederam, fatos que narrarei logo a seguir, talvez com alguma fantasia. Mas não creio ser uma fantasia assim tão longe da realidade.
***
Já passava da meia-noite. O vigia levantou-se de seu posto e, conscienciosamente, passou a checar se todos os laboratórios estavam trancados. Professores e universitários eram criaturas muito sujeitas ao esquecimento.
O clima na Universidade não era dos melhores. Nos últimos meses, universitários, professores e funcionários desapareciam em uma noite para serem encontrados no outro dia, dessangrados e com o pescoço estraçalhado. Cada vez mais era evitado o perambular pelo campus depois que escurecia. Já se tinham ido doze vítimas, uma por semana.
O vigia sentia um clima pesado aquela noite, uma ameaça que pairava sobre sua cabeça. Aquele estado de nervos fez seu coração gelar quando ouviu barulhos vindos de um laboratório escuro. Segurou sua arma com força e se aproximou passo a passo. A luz do corredor iluminava alguns quadrados brancos do chão, e nada mais. Um vulto branco deslizou lá dentro. Cheio de determinação, o vigia brandiu o revólver.
_Quem está aí?
_Mil desculpas, senhor _um homem disse, surgindo do nada para a claridade dos quadrados brancos, mas sem permitir que a luz incidisse sobre seu rosto. _Acabei ficando até mais tarde no meu experimento. É sobre compostos fluorescentes; só posso estudá-los em boas condições à noite.
_Eu é que peço desculpas _o vigia sorriu, aliviado. _Ando meio nervoso com todas essas mortes.
_Todos nós estamos _concordou o professor.
_Não quer ir à sala dos funcionários tomar um café? Ficar sozinho deixa a gente um pouco paranóico.
_Adoraria.
Perfeito, simplesmente perfeito! Ele já estava preocupado com aquela diminuição do número de pessoas no campus à noite. Claro que seria arriscado matar um funcionário de seu departamento, mas não era a primeira vez e o caso era desesperado. Além do mais, ele saberia encobrir seu rastro.
A sala dos funcionários era muito velha. Vez por outra, pedaços de madeira do teto balançavam ameaçadoramente, sugerindo que poderiam cair a qualquer momento e fazer estrago com suas pontas afiadas.
O vigia e o professor sentaram-se na mesa carunchada e se serviram do café morno e forte. Ficaram em silêncio, contemplando a xícara, até que o vigia arriscou:
_Tá quente esses dias, né?
_É.
O “É” foi dito em tom de ponto final, criando um novo silêncio. O professor voltou outra vez o olhar para o líquido negro em suas pequenas revoluções, enquanto o vigia contemplava-o atentamente, achando que havia algo errado naquela face. Decidiu tentar de novo.
_Sua mulher não liga de o senhor trabalhar até tarde, não, professor?
_Minha mulher e meus filhos estão mortos. _Ele crispou levemente as mãos e encarou o interlocutor com um olhar dolorido e repreensivo. _Mortos por minha culpa.
O vigia se engasgou, corando.
_Oh! Eu... Desculpe. Não queria...
_Esqueça _suspirou e desviou o olhar. _Fatos passados... Coisas que não se pode mudar... É preciso resignar-se. _Mas ainda havia uma dor muito profunda no rosto do professor.
Droga! Por que aquele homem havia de lembrar-lhe de sua família, que ele próprio assassinou para saciar sua primeira necessidade de sangue? Essa vítima teria que sofrer!
A conversa não mais progrediu. Beberam o restante do café com solenidade. Terminando, por tácito acordo, os dois se levantaram.
_Muito obrigado pela companhia, professor.
_E o senhor, muito obrigado pelo café.
O professor parou à porta e ficou hesitando, como se quisesse dizer algo. O vigia se aproximou, solícito.
“É agora.”
Ele revelou-se à vítima, que se encolheu contra uma parede, resignada. Se não estivesse tão cego de sede e dor, teria estranhado a reação. Mas tudo em que conseguia pensar era em saltar sobre aquele pescoço, em obter o precioso líquido vermelho e quente.
No meio do salto, porém, ele reconheceu aquele homem. Mas já era tarde. O homem desvaneceu-se diante de seus olhos, com um sorriso de profunda satisfação. Ao invés de um corpo humano, o que o assassino atingiu foi a parede.
Um estalo de madeira partida, um gemido abafado.
É o fim.
***
Cheguei ao Departamento de Química pela manhã. Estava ali para tranqüilizar uma amiga que achava que tudo era obra de um doente mental. Não que eu soubesse ao certo em que um psiquiatra pudesse ser útil na perseguição de um serial killer.
“Não tivemos dificuldade de identificá-lo. Era o vigia do departamento. Já é o 13° morto desde aquele professor, do Departamento de Química também. Aquele que perdeu a família num acidente quando visitavam o laboratório dele.”
Assenti. Bastou um rápido exame para que eu suspeitasse da verdade. Perguntei se o vigia tinha algum lugar no campus onde pudesse guardar seus pertences. O inspetor mostrou-me uma gaveta de arquivo trancada. A um pedido meu, foi arrombada e seu conteúdo mostrou a justeza de minhas suspeitas. Eram roupas e uma caneca, todos sujos de sangue.
“Vampirismo”, eu disse, lacônico. “Um distúrbio mental em que a pessoa começa a achar que sorver o sangue de outras pessoas lhe trará poder e juventude. A velha história do ‘sangue é vida’. O quadro, se não controlado, passa do patético para o dramático, do dramático para o terrível, com muita facilidade.”
O inspetor ficou um longo tempo em silêncio.
“Como o senhor adivinhou?”
“Adivinhar não é bem o termo. Confesso que não segui indícios; a combinação entre mortes por pescoços rasgados e um homem morto com um pedaço de madeira no coração formou uma associação de idéias difícil de combater.”
“Não deixa de ser um ponto de vista... Suponho que a vítima que ele tinha em vista conseguiu se apoderar de um desses pedaços de madeira caídos do teto e golpeou-o em legítima defesa. Mas talvez nunca venhamos a saber.”
“Talvez.”
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