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Projeto Asfridi e Safridi
Versão I:
Coração, Dentes e Estacas
Por Rita Maria Felix da Silva
Versão I:
Coração, Dentes e Estacas
Por Rita Maria Felix da Silva
(Asfridi) — Hum, Safridi... Volta pra cama... Parece tão preocupado...
(Safridi) — Asfridi, você é uma tonta... E não era para que eu está incomodado?
(Asfridi) — Por que fizemos amor? Não é a primeira vez... Pensei que gostasse...
(Safridi) — Gostar? Sua besta, você é a coisa mais linda que já vi. Eu te amo. Esse é o problema. Estamos apaixonados!
(Asfridi) — Ah, pára de andar de um lado para outro do quarto... Me deixa nervosa... O que tem demais em nos amarmos?
(Safridi) — Olha... Lembra qual é a minha profissão?
(Asfridi) — Você é um... Deixa ver... “Caçador”? ...rsrsrs... Que termo machista!
(Safridi) — Isso aí: caçador de vampiros! E você é uma vampira!
(Asfridi) — Ih, que palavra mais preconceituosa. Meu povo não gosta de ser chamado assim.
(Safridi) — Já aconteceu antes? Quer dizer, pessoas de nossos dois povos já se apaixonaram?
(Asfridi) — Burrinho, “caçadores de v...” não são “um povo”, é só uma racinha miserável!
(Safridi) — Olha o insulto! Eu me referia a seres humanos e v... Seu povo.
(Asfridi) — Eu sei, bobinho. É que você fica tão lindo contrariado... E, respondendo: sim, umas poucas vezes já aconteceu.
(Safridi) — Não percebe? É errado! É quase como... Um sacrilégio!
(Asfridi) — Ai, você é complicado! Nem sei como consegue fazer amor com a cabeça cheia de tanta besteira. O que há de tão errado em ser feliz?
(Safridi) — Não é isso. Gostaria de poder dizer que você usou em mim aquele “poder de hipnose” ou coisa parecida.
(Asfridi) — Tolinho. Sabe que não uso esse dom em minhas presas... Acho desonroso, uma covardia. A vítima fica sem defesa nenhuma...
(Safridi) — Presa? Vítima? É isso que sou para você?
(Asfridi) — Ei, estressado, é brincadeira. Só para ver sua reação. Se tivéssemos religião, eu ia dizer agora: “Deuses! Me apaixonei pelo cara mais paranóico do mundo”.
(Safridi) — Não tem graça! Nunca fala sério?
(Asfridi) — Na maior parte do tempo, não. Afinal, depois dos duzentos anos, ser muito séria faz a imortalidade ficar insuportavelmente tediosa.
(Safridi) — Imagino.
(Asfridi) — Hummmm... Olha, todo esse “exercício” me deu fome. Quer comer algo?
(Safridi) — Se me oferecer sangue, juro que...
(Asfridi) — rsrsrsrs... Essa cara que você fez agora... rsrsrs... Foi a coisa mais engraçada que já vi... Em, sei lá, uns cinqüenta anos. Olha, tenho um cesto com maçãs aqui. Quer uma?
(Safridi) — Não, obrigado. Maçãs?
(Asfridi) — Sim. Não achou que nós bebemos sangue o tempo todo, não é?
(Safridi) — Eu pensava que...
(Asfridi) — Que espécie ignorante é a humana. Nós é que devíamos governar o mundo.
(Safridi) — Não fala uma tolice dessas!
(Asfridi) — Calma, meu medrosinho! Não sou favorável a guerra contra vocês, embora tenho uns parentes que são doidos para conquistar este planeta... Hum... Se a gente governasse a Terra, eu te amarrava na minha cama e te convertia para você me satisfazer pela... Como é que vocês chamam? Ah, pela eternidade.
(Safridi) - Ainda prefiro ser humano. Bem, tem uma coisa que preciso dizer...
(Asfridi) — Além de que me ama? Rsrsrsrs
(Safridi) — Claro que te amo, não consigo evitar isso. Olha... Faz quanto tempo que você se alimentou... Quero dizer, de sangue?
(Asfridi) — Precisamente seis dias, quinze horas, vinte e dois minutos e alguns segundos. Acontece que sou bem regrada. Passo facilmente um mês sem precisar “morder” de novo...
(Safridi) — Mas, vai acontecer novamente, não é?
(Asfridi) — Claro, meu complicadíssimo amado. Afinal, meu povo não poderia negar a característica que lhe dá o maior charme, não é mesmo?
(Safridi) — Esse seu humor sombrio me incomoda... Olha, não posso deixar que você assassine novamente... Eu... Teria que te deter...
(Asfridi) — É? Veja esses seios, que tanto te excitam, os mesmos que você chamou de perfeitos, que cobriu de beijos e poemas esta noite... Teria coragem de enfiar uma estaca neles?
(Safridi) — Te amo mais do que pensei que poderia amar, mas não posso deixar que novamente mate um ser humano... Se tentar, eu...
(Asfridi) — Para que me detivesse, só matando mesmo. Acredite: nunca me viu com fome de sangue... E.. Eu faria o que fosse necessário para me defender...
(Safridi) — Você está chorando...
(Asfridi) — Às vezes, acontece até comigo...
(Safridi) — Não chora. Deixa eu te abraçar. Juro que não quero te fazer mal... Mas... Tá vendo só a maluquice de tudo isso: como a gente pode ficar junto se não dá para evitar o que somos?
(Asfridi) — “A lua ainda no topo do céu, a noite, gentil, se espalhando até os recantos, as estrelas olhando invejosas para nós... Oh, O cruel sol ainda demora a voltar... Venha deitar comigo, façamos amor novamente, esqueçamos o futuro e tornemos este tempo o melhor que já tivemos”.
(Safridi) — É bonito... O que é isso?
(Asfridi) — Um poema, de alguém de minha espécie.
(Safridi) — Seu povo faz poemas?
(Asfridi) — Oh, sim, e alguns são belíssimos. Sei um monte deles. Posso te mostrar.
(Safridi) — Eu quero escutá-los, sim. Mas antes, aceito o convite da poesia: quero fazer amor com você novamente.
(Asfridi) — rsrsrs... E quanto ao futuro?
(Safridi) — O futuro... ? Bem, te respondo isso quando ele chegar. Ah, já disse que te amo?
FIM
Um comentário:
Arf!
Finalmente, retornei a Blogosfera. =)
Gostei muito dos personagens, especialmente da natureza de cada um (opostos se atraem... Nunca acreditei nisso se aplicado a vida humana).
Rita, faça mais contos de Asfridi e Safridi!
Off: onde diabos tá o Flavius? ¬¬"
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